Clube das Marcas Mortas-Facel
- Helder Teixeira
- 24 de jan. de 2017
- 4 min de leitura
Hoje decidi começar no Vicio uma serie de artigos dedicados a marcas de automóveis que já faleceram, de uma forma ou outra....

E para dar inicio a esta aventura escolhi a Facel, a marca das estrelas. E sim a marcadas estrelas e verdadeiramente um titulo que lhe assenta muito bem.

Poucas serão as marcas de automóveis que se podem orgulhar de na sua lista de clientes constarem Príncipes, Réis, as grandes vedetas e rockstars da altura, quase exclusivamente. De entre os nomes sonantes de salientar Ava Gardner, Ringo Star, sir Stirling Moss entre outras vedetas da altura.


Mas vamos ao principio, de onde nasce a Facel?????

Esta já extinta marca de automóveis francesa nasce da mente de Jean Daninos, proprietário da Forges et Ateliers de Constuction d’Eure-et-Loir (FACEL), pois então esta fabrica produzia entre outras coisas peças para motores de aviões, mobiliário em metal estampado e carroçarias para a Panhard, Simca, Pininfarina, Ford-France entre outras aventuras no mundo automóvel do pós Guerra. Portanto experiência não faltava a este senhor Daninos, e quando a Panhard deixou de encomendar carroçarias ha facel, jean daninos perante um revés de cerca de 70% da sua produção resolveu criar carros em nome próprio surgindo assim o Facel Vega. O objectivo foi colocado alto, criar um GT francês, com potencia e estilo, muito estilo. Na minha opinião acho que podemos aceitar os dois como atingidos.



Basta olhar para esta primeira tentativa para perceber que o Facel Vega era algo de especial. Era algo onde o estilo Francês era elevado ao nível necessário para fazer um GT 2+2 capaz de atacar as estradas da Europa daquela altura com elegancia, velocidade e conforto. Era francês Q.B., e isso naquela altura era um plus muito grande. Já no que toca ao departamento motor as primeira mecanicas eram Hemi V8, sim leram bem, Hemi V8, mais concretamente um menino de 180 CV, 4.5 litros de nome DeSoto "Hemi" V-8 com caixa Pont-a-Mousson de quatro velocidades no caso dos manuais.
E durante estes primeiros anos tudo correu bem a Facel lançou o Vega, o Vega sport com um 5.3 litros de 345 CV seguido do HK500 com um 6.3 e maior dose de cavalagem.
Durante esta altura existiu também o Excellence, um sedan sem pilares b e portas suicidas, how cool is that....

Esta foi a altura do luxo e exclusividade na Facel a altura dos big V8 e muito, mas muito Glamour.




Em determinada altura da existência de Jean Daninos, produzir um modelo de entrada exclusivamente francês foi uma necessidade, e na verdade se calhar ate tinha razão no que toca ao facto de ter um carro de entrada na Facel, basta observar o que o Facellia representou para as vendas da Facel.
O Facellia era um Facel mais pequeno mas com muita pinta, estava disponível em cabrio, coupe 2+2, e coupe 4 lugares, e era um mimo para os olhos, tal com os antecessores. A mecânica tendo em vista a vontade de Daninos em ter um carro todo feito em França levou a que a escolha tenha recaído para uma mecanica algo extravagante desenvolvida por Paul Cavallier na empresa Pont-à-Mousson que já fornecia caixas manuais para os modelos maiores da empresa.

O motor era um 1.6 litros com bastante invenção ao nível da cambota e afins... na tentativa de ter menos pontos de perca de energia foi desenvolvido um motor onde a cambota tinha apenas dois apoios ao contrario dos normais quatro ou cinco apoios. Na teoria isto resultaria em um motor mais livre e rotativo, mas para que resultasse a cambota não podia oscilar. A solução adoptada para atingir uma cambota sem oscilações, sim porque não podem ocorrer oscilações, foi a escolha de aços especiais com propriedades XPTO que supostamente resultaria numa estrutura rigida.

Ou seja o resultado foi um motor subdesenvolvido e posto há venda cheio de problemas, onde era comum os problemas de timming, e sincronia na distribuição, o que fez com que o Facellia fosse conhecido como o melhor amigo do mecânico, estava sempre na oficina.... Ainda foram chamados outros ilustres engenheiros para tentarem resolver o problema, mas a resposta deles foi clara, era um problema de juntas, juntas tudo e deitas fora...

A Facel acabou por substituir, sem custos para os proprietários todos os motores franceses por B18’s da Volvo, e acabou por perder dinheiro em todos os Facellia que produziu. Devido a esta decisão Jean Daninos saiu da Facel em 61, mas o dano estava mais do que feito, digamos que o Facellia esta para a Facel como o gelo para o Titanic, Literalmente foi este modelo que matou a Facel.
ainda foram tentadas terapias de reanimaçao com o lançamento do Facellia 2, com o motor b18 da Volvo que se revelou bastante melhor, mas as vendas nao surgiram, nem mesmo mais quando foi tentado um ultimo grito o Facel 6, com motor Austin Healey de 2.8 litros, mas foi muito tarde e apenas 30 foram vendidos, há quem diga que eram os melhor Facel de tamanho pequeno....



Hélder Teixeira, no Vicio dos Carros
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