Modernices...
- Hélder Teixeira
- 28 de set. de 2016
- 3 min de leitura

A nossa vida por vezes prega-nos grandes partidas...
Pelos dias de hoje eu, Hélder Teixeira, resolvi aceitar um novo desafio na minha carreira de motorista e troquei a minha Ford Transit, que usava no meu anterior trabalho, por modelos recentes do segmento médio superior, no meu caso pessoal um BMW Série 3 de 2016.
Ora nada demais até ao momento em que comecei a conduzir o dito carro e sinto-me um verdadeiro alien, sinto que tenho uma perna a mais.

Sim, eu sei que muito certamente o defeito será meu, mas é isso mesmo que eu sinto depois de me sentar ao volante, sinto-me órfão do pedal da embraiagem. E já agora, por conseguinte sinto também uma falta enorme de uma verdadeira moca das velocidades, sim porque aquilo que la esta no meio é um joystick ao nível das máquinas de jogos que existiam nos famigerados salões de jogos.
Sei que provavelmente estarei a ter demasiado a atitude de um velho do Restelo, mas é como me sinto: um verdadeiro dinossauro que não quer evoluir. Mas não é nada disso.
Vou então explicar este meu estado de espírito, sim é verdade que as caixas automáticas actuais estão bastante evoluídas e isso não é a questão, aí ate eu concordo. São bastante mais rápidas que antigamente e verdade seja dita fazem a gestão do binário do motor melhor que nós, os "humanos".
Mas será que fazem assim tanta diferença nos consumos para todas as marcas estarem a optar por este tipo de soluções???? Na minha modesta opinião não... e sim.
Em primeiro vamos analisar a experiência em cidade, não gosto. Não gosto porque não tenho a certeza de que o carro não vai sair disparado, nem a certeza de que vou arrancar normalmente. E tudo isto porque é um computador que tem que interpretar o que eu quero fazer, e na maior parte das vezes o computador engana-se. O que e perfeitamente normal, ele apenas interpreta sinais ao contrário de nós os " humanos". Um exemplo em concreto, se nós estamos num carro com caixa manual, vamos por exemplo em terceira e precisar-mos de acelerar a marcha.
O que fazemos?
Carregamos no pedal do lado direito, o acelerador, e sem mudar de velocidade gentilmente o carro ganha velocidade. Ora quando fazemos o mesmo num automático, o cérebro do carro entende que devemos querer arrancar em direcção há lua e deita uma ou duas velocidades abaixo, e arranca como um foguete.
Isto não é bom para os consumos, nem para o desgaste do desgraçado do carro.
E nenhum marketing neste planeta irá convencer que o peso extra destas caixas é compensado pelas poucas vantagens que tem numa utilização real.
Outra coisa, a célebre falta do pedalzito da embraiagem, é giro, cria conforto e tudo mais. Mas faz me espécie não estar por lá, sinto que estou a ficar preguiçoso, sabem?
E como aquela sensação de ir para um ginásio e enganar o treinador. Algo não está bem, falta alguma coisa... Para esta minha falta de apreço por estas modernices também contribui e muito o facto de nestas caixas qualquer avaria ser um balúrdio, e como todos sabemos elas vão avariar, como tudo, e o problema está em ter ou não ter o "carcanhol" para a arranjar.


Em suma se comparar este novo Série 3 que conduzo com, por exemplo um E36 a diferença não é muita em termos de conforto, pelo contrário acho o E36 com mais espaço interior, a grande diferença são mesmo as modernices que este modelo trás, e na minha modesta opinião isso em nada acrescenta à excelente experiência que é conduzir um E36 ou mesmo um E30. Basta ter um bom sistema de entretenimento e um E36 esta no mesmo patamar de um modelo novo. E depois é a caixa, não consigo gostar da sensação de conduzir um secador vitaminado, e simplesmente estranho, não duvido que com o tempo acabe por adaptar-me, mas mesmo assim prefiro ser eu a decidir, do que deixar um computador pensar por mim...
Ate à próxima, por cá no Vício dos Carros.

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