O Guia dos Carros Sinistros
- Gonçalo Sampaio
- 12 de mai. de 2016
- 5 min de leitura
Ocasionalmente, na vida, deparamo-nos com situações que nos levam a tornarmo-nos génios do mal, ou vilões no geral. Quando isso acontece e precisamos de nos deslocar de carro, temos duas opções: seguir o conselho da Jaguar e comprar um carro deles, ou consultar este guia que vos indicará quais os 10 carros mais intimidantes nas estradas. E garanto que tudo o que vão encontrar aqui são carros, nada de jipes, suv's, pick up's, crossovers, carrinhas, monovolumes, nada dessas tretas. Carros, apenas carros e todos eles com o ar mais ameaçador que existe, de forma a revelarem o Darth Vader que há em nós.
Os critérios para escolher os carros desta lista foram, como é habitual, extremamente rigorosos e calculados com base na fórmula patenteada pelo Vício dos Carros: "foram os que me lembrei".
E começamos o nosso guia com um carro que serve de exemplo para o que um carro sinistro deve de ser, o Mercedes-Benz W124.


Não digo que um 200D com os seus pneus de origem e o bege ex-táxi vá meter medo a alguém, mas um 500E impõe um respeito do caraças. Mas mesmo um 200D, tendo em conta que é um carro indestrutível, serviria perfeitamente para um vilão em início de carreira, desde que fosse todo preto, como um AMG "Hammer", onde nem a grelha escapava à escuridão.

Mudando drasticamente de género de veículo, temos uma peça oriunda dos Estados Unidos da América, de um grupo que sabe o que é fazer um carro com ar sinistro, ou não fossem os autores do carro assassino mais famoso do cinema, a Christine. O grupo é o Chrysler e o primeiro modelo deles a constar neste guia é o Plymouth Barracuda/Hemi Cuda de 1970 a 1974. Imaginem acender os faróis disto numa rua escura à noite e pôr aquele V8 de 7 litros a trabalhar. Quem for a passear nessa rua vai certamente ter alguns momentos de terror antes de conhecer o seu destino. Muhahaha.

Continuando, vamos agora regressar à Alemanha para escolher o BMW mais digno de se considerar sinistro. Aqui foi uma escolha complicada, porque o instinto dir-me-ia para ir para os "shark noses", mas nenhum deles tem um aspecto geral tão robusto como este, o BMW E32.

Particularmente nas versões de rins largos, esta geração do Série 7 não parece estar para brincadeiras, ao contrário do seu sucessor E38, que primava pela elegância no design. Aqueles quatro faróis redondos parecem os olhos do diabo. Partindo do princípio que o diabo tem quatro olhos. É assustador, potente, resistente e como não anda muito caro, ninguém terá dúvidas de que o vamos atirar contra os nossos inimigos, os bons da fita.


Novamente da Alemanha de volta para os States, temos o Mustang com mais "cara de mau" de sempre. Até o nome anunciava que ninguém se metesse com ele. O Shelby GT500 KR (King of the Road) de 1968. Não é a Eleanor, não é o GT390, não são os Boss nem os Mach 1, é o Shelby de '68. Para um efeito extremamente dramático, tirem-lhe as luzes da grelha e montem as rodas mais largas que conseguirem. Podem fazer uma réplica com base num Mustang normal do mesmo ano.


E agora, para variar um pouco, vamos a uma marca italiana que sabe mesmo fazer carros sinistros, particularmente no que diz respeito às frentes. E desta feita arrumamos já quatro modelos de uma só vez. O Alfa Romeo 75, o 155, o 159 e o Brera/Spider. Apesar de neste caso estar a pôr na lista quatro carros, ou cinco se contarmos o Brera e o Spider separadamente, só vou contar um, porque no fundo todos eles são do segmento D, e o Brera um derivado do 159. Fora da lista ficam o 156 e o novo Giulia, por serem demasiado elegantes e civilizados, e o SZ, que apesar da sua alcunha de "Monstro", é para mim um carro simplesmente bonito, não há nada nele que me meta medo. Além disso tem uma carroçaria em fibra de vidro, é inofensivo. Já a sua base, o 75, é de metal puro e duro, e parece que nos vai atropelar.

É sinistro mesmo sem ser em preto.

O 155 é o filho do 75 e herdou o aspecto do pai, mas foi mais eficaz na sua missão. Espalhou o terror na Alemanha em 1993 e continuou a ceifar vítimas até ser retirado das pistas em 1997.

O 159, o Brera e o Spider não nasceram como carros de corrida, mas são carros de vilão natos, tal como James Bond poderá atestar. Basta olhar para um deles de frente, que se torna óbvio que está furioso por não ter recebido o V8 da Maserati que lhe foi prometido, fujam. Ou não fujam, conduzam-no se quiserem semear o terror por onde passam.


Qualquer um que já tenha jogado GTA V sabe que os Ford Taurus da polícia americana actuais são sinónimo de estarmos em sarilhos. Na vida real são construídos como tanques, têm tracção às 4 rodas, e são todos automáticos, para os agentes poderem operar o rádio e o computador da polícia, embora nós, vilões, usarmos a mão livre para disparar uma arma automática. E talvez sejam as memórias do Taurus do Robocop, mas este carro mete medo.

Também munido de tracção às 4 rodas vem o próximo carro da nossa lista, o Audi RS7. Apesar de normalmente associarmos estes carros a jogadores de futebol, que são tipo o oposto de sinistro (vão para o chão chorar com penteados estúpidos por irem contra obstáculos invisíveis no campo), há também uma outra classe social que adora Audis caros e vistosos, os traficantes de droga, e esses, conseguem ser bastante assustadores. De qualquer forma, se a bola e/ou a cocaína não forem a vossa praia e forem simplesmente o tipo de indivíduo que tem a cabeça rapada, um código de barras tatuado na nuca, fatos caros e duas pistolas personalizadas, o RS7 vai certamente completar o vosso aspecto.

Ou talvez tenha sido a vida que vos tornou em pessoas amarguradas, com uma sede por vingan... perdão, justiça. Nesse caso, é provável que queiram um carro simples, no qual possam trabalhar tranquilamente em casa. Talvez esse carro seja um Pontiac GTO de 1969. Porque quando um carro tem a capacidade de esconder os faróis na grelha, a porra vai ficar séria.

E agora um modelo que parece ter sido feito para mostrar ao mundo que era selvagem e que não poderia ser domado, o Mitsubishi Lancer Evolution X. Ele não está feliz por ser o último da sua espécie, por isso está a gritar como um super-guerreiro. É feito para percorrer qualquer terreno a alta velocidade, por isso ninguém lhe vai escapar e tem quatro portas e uma mala para caberem bastantes corpos dentro dele.



Espaço para uma menção honrosa ao Lamborghini Countach, o supercarro mais sinistro de sempre, que só não consta da lista oficial porque nunca aguentaria dar uma cacetada num outro carro sem se desfazer completamente. Mas no que toca ao aspecto, é 10/10.

E por fim, porque não podia mesmo deixar de ser, o Dodge Charger de '69.

É gigante, tem mesmo cara de mau, muito potente, duro como o aço... não há carro mais direccionado para um génio do mal do que este. Com um Charger de 1969 nunca vão falhar no negócio de meter medo. E os de '68 ou '70 também resultam, eu é que acho que aquela divisória central na grelha lhe dá um certo toque satânico. Perfeito.

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