As Crónicas de um Viciado
- Gonçalo Sampaio
- 14 de mar. de 2016
- 2 min de leitura
Os anos 2000 foram sem dúvida o palco de alguns dos coupés mais cool da história, mas também dos menos apreciados neste momento. Talvez por os anos 80 estarem tão na moda e os desportivos dos 90's ainda serem mais baratos, há imensos carros de duas portas do início do milénio que caíram no esquecimento. O Integra DC5, o Mustang New Edge, o A4 B6 Cabrio, que teve uma versão S4 e tudo, o Z4 Coupe, o Mazda RX-8, o próprio Ferrari Enzo está a ficar esquecido por causa do LaFerrari... E claro, o Alfa Romeo GT.


Torna-se um bocado cliché eu escrever sobre um Alfa, é sem dúvida a marca com mais carros abordados pelos meus artigos e, no ponto de vista automóvel nacional, não é assim tão relevante como isso. Contudo, ninguém me pode impedir de o fazer, por isso continuo a fazê-lo, como o pequeno sociopata que sou.

Mas há bons motivos para falar deste modelo em específico, motivos que mesmo para o mais insensível dos amantes de carros têm um certo peso: este foi o último carro a ser vendido com o motor V6 Busso da Alfa Romeo, para muitos, o V6 com o som mais belo de sempre. A versão que o GT trazia era a de 3.2 litros, com 240 cavalos, essencialmente o mesmo motor do 156 e 147 GTA, mas com menos 10 cavalos. Alegadamente, porque eu ainda gostava de os levar todos ao dinamómetro para tirar isso a limpo.



Um outro excelente motivo para falar sobre este carro é o seu aspecto, desenhado por Bertone, que é puramente divinal, especialmente nas últimas versões Blackline, com os faróis de fundo preto. Madonna Mia!

Peço desculpa, eu não resisto aos trocadilhos.

Tal como os outros Alfas da época, os interiores do GT eram extremamente bonitos e desportivos, mas tinham aquela qualidade de construção que dá uma sensação mais Ford F-150 do que Maserati. Um pouco como todos os outros carros europeus que não fossem BMW's ou Mercedes-Benz naquela altura.

Mecanicamente o chassis era o do 156 e 147, com a mesma suspensão, sem tirar nem pôr, o que quer dizer que este carro era tracção dianteira, mas era um tracção dianteira que se consegue conduzir com as rodas de trás se entrarmos em certas curvas com mais pressa. E os motores, para além do V6, também vinham todos do 156: o 1.8 Twin Spark de 140 cavalos, que era o que eu gostava de encontar à venda, o 2.0 JTS de 165, que nunca me disse nada, e os 1.9 Diesel JTDm de 150 ou 170 cavalos. Uma versão não comercializada pela Alfa Romeo, mas pela Autodelta, oferecia (e ainda oferece) o GT V6 com o motor aumentado para 3.7 e um compressor, que o fazia atingir os 405 cavalos. É mais do que um M3, só para as rodas da frente. Pode-se-lhes encomendar um agora, não fica é barato.


Um último motivo para falar deste carro é o facto de ter sido o sucessor do meu querido Alfa Romeo Sprint, que eu também ainda não tenho na garagem, quase 15 anos depois dele ter sido deixado de ser comercializado. A manter-se o ritmo, lá por 2025 devem lançar um sucessor para o GT, até lá, continua a ser um carro actual, e absolutamente brilhante.















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