O Lotus da Familia
- Helder Teixeira
- 1 de mar. de 2016
- 4 min de leitura
Chega uma altura nas nossas vidas em que a família vem primeiro, uma altura em que o espaço interior é preponderante na escolha do carro da família. É precisamente nessa altura que muitos de nós têem que optar entre conduzir uma vasectomia, leia-se monovolume\suv, ou trocar para um saloon, o que para mim é uma não escolha, ou seja não existe opção tem que ser uma banheira... Ate há uns anos atrás existia um carro deste segmento que era perfeito para transportar a familia a 300km\h, era a verdadeira encarnação de Belzebu sob a forma de um carro, um foguete com rodas que dava pelo nome de Omega Lotus.

Para quem desconhece este Badboy, este foi o carro que se virou para as regras da industria automóvel e disse não quero saber, causando há data da sua entrada no mercado uma verdadeira revolução na industria automóvel europeia.
Mas porque este Omega???? Fácil, 3.6 biturbo e mais não digo, obrigado e adeus.

Sim é verdade este modelo tem um 3.6 biturbo made by Lotus, pelo que e daqueles carros em que um jogo de pneus são 5 minutos bem “esfumaçados”....


Como vos disse no inicio este modelo e conhecido por ser o super saloon mais rápido do mundo há data da sua saída, graças ao excelente desempenho do seu coração, um 6 cilindros de origem Opel, que existia no Omega com 3.0 de cilindrada. No entanto o que restou do motor original da Opel foram uns tubos e outras coisas desse género, tudo foi modificado pela Lotus, pelo que na minha modesta opinião faz deste motor um puro sangue Lotus.

E quando digo tudo é mesmo tudo, o motor foi ampliado para uma capacidade de 3615 cc, depois a Lotus adicionou dois turbos Garrett T25, que oferecem até 0,7 bar de boost a partir de cerca das 1500 rpm. O sistema distribuidor original do motor foi substituído por um sistema de ignição de faisca perdida. O sitio onde estava o distribuidor foi ocupado pela bomba de agua do circuito de intercooler, que neste caso funciona por água\ar. O IC em si é fabricado pela Behr e é capaz de reduzir a temperatura de 120 ° C a 60 ° C, um excelente desempenho numa baía do motor tão quente como um vulcão. Além do encaixe de dois turbos e um sistema de intercooler complexo a Lotus efetuou também uma serie de modificações ao motor original, de forma a este poder aguentar os níveis de potencia.

Para lidar com as pressões superiores nos cilindros, a parte externa do bloco do motor foi reforçada. A cambota foi substituída, a cabeça do motor foi deixada basicamente a mesma que a cabeça de 24 válvulas do Opel Omega, embora a câmara de combustão foi aumentada para reduzir a taxa de compressão para 8,2: 1. O motor está equipado com pistões forjados produzidos pela Mahle, e as bielas foram substituídos por novas unidades feitas apartir de um design original Lotus. Para a caixa a opção foi a mesma transmissão ZF de seis velocidades manual que equipava o contemporâneo Chevrolet Corvette ZR-1, acompanhada pelo diferencial de deslizamento limitado usado no Holden Commodore V8.

A suspensão multi-link do Omega, foi modificada pela Lotus para uma melhor estabilidade em alta velocidade. Para combater o problema da mudança significativa de camber (visto com o carro em alta velocidade e quando totalmente carregado), foi montada a suspensão autonivelante do Opel Senator.
Também emprestado do Senator foi o sistema de direção assistida Servotronic, que fornece potência total a ajudar em velocidades de estacionamento, e reduz o auxilio em velocidades mais elevadas.
A travagem é assegurada por um sistema equipado com discos de 328 mm com pinças AP de quatro pistões na dianteira e 300 mm com pinças de dois pistões na traseira, acho que deve chegar para travar em ordem.

Todo este trabalho resultou num saloon com prestações de um super desportivo, 377 CV e um torque máximo de 568 Nm,dos quais 470 estavam disponíveis @ 2000 RPM, o rácio de potencia para este carro era de cerca de 104 Cv por litro, devo realçar 104 cv por litro, é um absurdo. Isto tudo como não podia deixar de ser resultou em prestações incríveis para um carro deste tipo, 5.2 dos 0 aos 100 km\h, 0 a 160km/h em 11,5 segundos, e os 400 metros em 13,5 segundos.
E agora o facto que faz deste carro um grito de revolta contra o controlo institucional, a sua velocidade máxima. Digamos que era anuncia apenas com um sinal + antes do numero 280, sim era capaz de velocidades superiores a 280km/h, e esta foi a gota de agua num mundo controlado pelo acordo para a limitação de top speed imposto pelos grandes germanico. No entanto estes brits da Lotus mandaram toda a gente dar uma volta ao bilhar grande e disseram que não limitavam o seu carro aos 250 e ponto final.

Isto levou a uma grande discussão alimentada pelos suspeitos do costume que apenas gerou ainda mais controvérsia para um carro já de si extremamente polémico, no entanto quando a critica se sentou ao volante todos se calaram e contemplaram a magnificência deste modelo, gerando para o Lotus Omega excelentes criticas em que todas as qualidades deste carro, mas mesmo todas saíram enaltecidas.

Agora um pequeno aparte, este carro era também na sua altura, tal como foi o Jaguar mk2, um favorito dos assaltantes. E era um dos preferidos pelo simples facto de que não havia nada na estrada capaz de os alcançar, para terem um ponto de comparação os normais carros patrulha da altura teriam uma top speed de pouco mais de 200, velocidade cruzeiro para este foguete...
Com este pequeno pedaço de informação me despeço, espero que tenham ficado a apreciar este modelo tanto como eu o aprecio. Uma excelente escolha para “Carro de família capaz de sacar uns bons sorrisos quando conduzido sozinho”, ate a próxima aqui no Vicio dos Carros...
Hélder Teixeira, no Vicio dos Carros
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