Fetichistas franceses
- Hélder Teixeira
- 17 de jan. de 2016
- 4 min de leitura
Quem não gosta de uma boa viagem em total conforto num bom carro com um motor há altura???? Eu sou daqueles para quem esta e uma questão essencial, fazer viagens a conduzir confortavelmente versus fazer uma boa estrada num carro a curvar muito bem e muito depressa.... Os dois por favor, se for possível.

Esta deve ter sido a ideia da Citroen quando pensou no SM, se bem que para alguns o SM foi mesmo uma coisa diferente, uma relação de amor e dor.

Mas prossigamos porque o SM? Bem, porque sim. Eu simplesmente adoro os streamliners da citroen e na minha opinião o SM, e mais tarde o XM, são o pináculo de conduzir um cruiser europeu, são inovadores qb, donos de um estilo muito próprio, refinado, com classe, uma nova maneira de pensar o conceito do automóvel onde o grande objetivo desta família de excecionais cruisers é transportar quatro indivíduos em extremo conforto a altas velocidades, independentemente da estrada onde se circule.

Mas vamos ao principio e começar pela versão coupe do DS, o SM. Depois do enorme sucesso do DS, que só nos primeiros 15 minutos da sua apresentação vendeu cerca de 750 carros e 12.000 ate ao final do dia, a citroen decidiu investir e comprar uma parte da Maserati entre outras marcas. Dessa joint venture nasceu o famoso SM um marco na historia dos grand tourers da Europa, um carro onde na minha opinião, se bem mantido, podemos ter o melhor de dois mundos, um v6 italiano com dose de energia generosa, e a classe do fetichismo e luxuria do design francês.

Sim fetichista e luxuria foram as duas melhores expressões que encontrei para caracterizar aquele que foi o primeiro de uma linhagem de modelos exclusivos dentro da grande família de cruisers da Citroen. O SM é na minha opinião um dos mais marcantes carros de turismo dos anos 70, nascidos no mercado europeu.

Era um verdadeiro grand coupe onde emanava luxo e tecnologia, desde a sua magnifica suspensão, herdada do seu modelo base, ate as soluções de segurança como travões de disco as 4 rodas, a direção assistida progressiva, e outros mimos disponíveis somente nesta versão. Mas no entanto o que mais ressalta há vista, o maior impacto, é criado pelas suas linhas futuristas e extremamente aerodinâmicas, era um verdadeiro exercício de estilo, onde os conceitos de streamlining foram aplicados muito bem, criando uma forma naturalmente fluida que eu aprecio imenso.

Depois temos o motor um Maserati v6 muito peculiar que se revelou ser o grande calcanhar de aquiles deste carro. Digamos que os engenheiros italianos não estiveram com meias medidas quando confrontados com a exigências da nova administração da Maserati. As exigências eram enormes, construir um novo motor ultra compacto, que se mantive-se abaixo dos 3000 cc, por causa dos impostos franceses da altura, em pouco mais de 6 meses.

Foi a revolta, no entanto este motor apareceu, um v6 compacto com 180 cavalos e que basicamente era um motor v8 com dois cilindros a menos, mas ao contrario dos Prv onde o desenvolvimento foi extenso, neste motor do SM isso não aconteceu, o que fez com que lhe falta-se algum refinamento, alguma classe, como um carro como o SM merecia. No entanto eu pessoalmente estou-me nas tintas para estes problemas, acho este carro fantástico e a ideia de conduzir uma coisa destas com o v6 Maserati a ronronar parece-me muito bem,não sei se será das letras SM, mas esta minha atracão por este carro e muito complexa, e muito S\M....

Depois de muito tempo guardado na gaveta este conceito surge novamente nos anos 90 com a introdução do XM o topo de gama da já renovada Citroen, e sem as parcerias ruinosa feitas antes da crise de petróleo dos anos 70, que levaram há sua junção com a Peugeot. Tinha chegado a altura da Citroen voltar a iluminar o mundo com esta formula novamente neste caso através do XM.

Mais uma vez o luxo e o conforto são o mais marcante neste carro, no seu modelo topo, o v6, a formula usada pela renascida citroen é muito próxima do mítico SM há exceção do facto de não ser um coupe, uma falha superável mas que custa a aceitar.

Mais uma vez a tecnologia de ponta aplicada no conforto e segurança activa fazem deste carro um fantástico carro de viagem que graças aos seus 200 cv faz desaparecer os km, proporcionando ainda assim uma experiência de conforto e luxo a bordo impressionante.
Para isto contribui decisivamente a suspensão, por muito bom que seja o design e ergonomia do interior se não tiver uma suspensão há altura de pouco serve em estradas em mau estado. E neste caso em concreto os dois objetivos são conseguidos, o conforto proporcionado ao ser conduzido numa nuvem esta perfeitamente complementado pelos cadeirões utilizados, cadeirões estes onde a pele é o elemento a destacar.
Nos por cá os que conhecemos melhor são os 2.0, no entanto nas versões de topo este modelo não fica atrás de nenhum concorrente da sua altura, mais uma vez a citroen consegui aplicar bem a formula pena que nao tenha nesta ultima encarnaçao deste conceito feito uma versão coupe deste modelo executivo tal com o SM.

Depois de há uns tempos atrás ouvir a citroen dizer que iria parar de vez de produzir a sua famosa suspensão parece-me mais uma decisão ruinosa do património deixado por estes modelos, expoentes máximos do conforto.

Penso que a citroen deveria sim perceber que nem sempre seguir a tendência e bom, a sua historia esta recheada de modelos onde a evolução e uma das características dominantes e deixar para trás este legado parece-me no mínimo uma má decisão.
Mas essa e só a minha opinião, ate para semana aqui no vicio dos carros
Hélder Teixeira, no vicio dos carros



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