As Crónicas de um Viciado - Especial Going Fast
- Gonçalo Sampaio
- 2 de dez. de 2015
- 2 min de leitura
Ora bem, por onde começar este artigo? Eu sei que normalmente dedico este espaço a um carro e me ponho a falar dele, resumindo tudo à potência e a uma ou outra característica que me faça gostar dele, mas hoje vou falar de uma experiência recente que tive.
Acontece que, no meio das minhas inúmeras aventuras e andanças no mundo das quatro rodas, nunca me tinha dedicado a ir aos "picos". Mas isso mudou na passada Sexta-feira.

E de que maneira, porque eu já tinha estado em encontros e já vi fazer umas coisas engraçadas, mas nunca tinha sentado o cú-e desculpem la que isto é mesmo assim-num Civic turbo. "À volta dos 400 cavalos", para responder à pergunta que vos está a passar pela cabeça neste momento, e se eu tivesse de fazer o papel de dinamómetro, acho que também estimaria um valor desses, até porque nunca vi um veículo atingir os 200 km/h tão depressa, e eu costumava fazê-lo com bastante facilidade na avenida nas traseiras de minha casa. Mas agora não vamos andar aí a espalhar isto se faz favor.

Um outro carro que me chamou à atenção foi um Renault Clio I de 5 portas, que não acusava muito ser o que era por fora, tirando as jantes especiais era um verdadeiro sleeper, e digo que era um sleeper, porque dentro daquela zona onde normalmente há um 1.1, ou um 1.4, vivia um 1.7 da Volvo acompanhado de um turbo tão grande que deixou toda a gente na bomba a repensar a sua vida. Pelo menos a mim deixou.


Depois tínhamos os Saxos, os 106, Impreza, mais Civics, a malta dos TDI's, BMW's, um 156 GTA que já só vi no fim da noite e o Punto GT no qual eu fui para lá, à boleia de um amigo meu. E antes que se ponham com ideias, digo-vos já que o Punto GT dele é o Punto mais direitinho que já vi, está todo de origem por fora, impecável de interiores e tem um andamento muito surpreendente para quem, como eu, não está habituado a lidar com Fiats rápidos. E não é amarelo.


Entre o convívio agradável, as reparações de amortecedores em cima do joelho, os carros bonitos, a velocidade fabulosa e o frio do caraças, nada nos remete para o facto de estarmos ali para fazer algo que a lei não vê com bons olhos. Tirando a parte em que tivemos todos de ir embora mais cedo porque chegaram umas Mercedes Sprinter azuis todas kitadas com neóns no tejadilho.


Ali no meio vi algo que não conhecia, o simples gosto por ir mais depressa. Para este pessoal, o conceito de comprar algo porque vem com muitos cavalos de origem passa um bocado ao lado, porque eles sabem que com algum trabalho conseguem superar o andamento desses carros. Não precisam de os testar em circuitos e no dia seguinte vão com eles para o trabalho. Eles são os hot rodders modernos, os gentleman drivers da actualidade, e os seus carros são os Ford Model B e os Jaguar XK120 de 2015. Já estou ansioso pela próxima vez.
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