Crónicas de um Viciado
- Gonçalo Sampaio
- 29 de out. de 2015
- 2 min de leitura
Às vezes sinto que passo tanto tempo a criticar a Audi pelos seus modelos recentes, que me esqueço do quanto gosto de alguns dos carros do seu passado.
Por esse motivo hoje escolhi recordar um desses carros, um dos Audis que não era igual aos outros, que era melhor e mais violento, que deu origem a uma nova filosofia de trabalho, que se manteve até hoje, e provavelmente se manterá por muito tempo.
Não, não falo do Quattro, mas sim de um Audi que vinha com o sistema de tracção com o mesmo nome e um super motor à frente. O Audi V8.

Esta foi a entrada da Audi para o segmento das berlinas de luxo, da Classe S, ou da Série 7, conforme preferirem, um segmento onde entrou para ficar.

O Audi V8 (cujo nome é simplesmente brilhante) revelou-se uma enorme pedra no sapato dos restantes construtores de carros alemães, mas não tanto nas estradas como nas pistas, pois entre 1990 e 1991, nem os BMW E30 M3 nem os Mercedes-Benz 190E Evo tiveram hipóteses contra ele no DTM, a fórmula da tracção às 4 rodas associada ao V8 longitudinal de 3600cc com 420 cavalos era simplesmente devastadora.


O carro de produção vinha com o mesmo 3.6 mas com "apenas" 250cv associado a uma caixa manual de 5 velocidades ou uma automática de 4. Durante o ano de 1991, o motor foi aumentado para 4.2 e recebeu uma nova caixa manual de 6. Com o aumento de cilindrada, a potência subiu para os 280 cavalos, o que permitia a esta berlina de luxo atingir os 100 km/h em menos de 7 segundos e esgotar a velocidade aos 250. Mesmo o 3.6 não ficava muito longe destes números.


Já vi carros destes à venda a bons preços, o que me faz sempre repensar a minha vida e contemplar a possibilidade de sustentar um carro com o dobro do motor do meu, e talvez não valha a pena, talvez não seja racional, talvez me arruinasse financeiramente. Mas talvez não, e esse é o "talvez" que me perturba.




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