Ícones do nosso tempo-Mercedes SL R129
- Hélder Teixeira
- 26 de out. de 2015
- 4 min de leitura
Quem tem seguido as minhas opiniões aqui pelo vicio sabe que não nutro grande amor por carros germânicos, no entanto esta relação de amor/ódio tem excepções e este modelo da Mercedes é sem duvida uma dessas excepções.

Apresentado em Genebra em 89 esta quarta geração do SL foi um exito instantâneo, sendo o V8, o SL 500, a versão mais bem recebida pelo publico. Este sucesso teve como consequência uma lista de espera bem longa, tal era a quantidade de pedidos.

É perfeitamente compreensível que este carro tenha sido um sucesso, basta olhar para ele. É simplesmente um neck breacker, é impossível ficar indiferente as suas linhas clássicas mas extremamente bem conseguidas, a maneira como a grelha fica integrada com os faróis, a frente bem perfilada, a inclinação do para brisas como um verdadeiro coupé, fazem deste carro um fantástico coupé que tem por mais valia também poder ser cabrio, através da remoção do hardtop, que equipava de fabrica o carro.

Quase um ano após seu lançamento, o SL foi condecorado com o internacional Design Award. O SL foi a primeira escolha de um júri de onze membro de jornalistas de dez países , assistido por um representante da cidade de Turim e um da região do Piemonte. O júri declarou como motivo para o prémio: "No Mercedes-Benz 300-500 SL o conjunto de inovações de segurança, soluções ergonómicas exemplares e a adesão estrita à cultura tradicional do design da marca é convincente. O novo SL incorpora os elementos mais valiosos e up- to-date industrial design, sem perder o toque que distingue cada sport cabriolet . "

E esta exemplar critica apenas se referia a primeira variante do R129, mas tinham toda a razão na minha opinião. Estávamos de facto diante de um carro inovador, grande parte dos componentes de suspensão e mecanica, e elementos de segurança tinham sido revistos em relação há terceira geração.

Os novos modelos SL, tinham suspensão dianteira independente com controle anti-dive , amortecedores a gás e estabilizador e uma suspensão traseira independente multi-link modificada com controle de amortecimento, molas helicoidais, amortecedores a gás e estabilizador. Isto garantia excelentes características de condução. Deste setup de suspensão fazia também parte um sistema preliminar depois viria a ser a chamada suspensão activa, que permitia ajustar a altura do carro conforme o piso e condições de condução. De acordo com as suas credenciais desportivas, todos os modelos da série R 129 foram equipados de série com jantes de liga leve de 16 polegadas no mínimo. As rodas maiores em comparação com o modelos anteriores permitida a instalação de grandes travões apropriadas para a melhoria do desempenho do SL, neste caso um conjunto de pinça flutuante de 4 pistões e uns impressionantes discos,capazes de parar este foguete.
E é de facto de um foguete que estamos a falar. Ok, se calhar nas suas versões de 6 cilindros fica um pouco aquém na potencia, mas nos SL500 e no mais tardio SL600 estávamos na presença de um verdadeiro foguete, capaz de prestações impressionantes. O SL500 como seu V8 era o topo da gama quando foi apresentado em 89. Tinha tão somente 326 CV e 5.0 de cilindrada, munido de quatro válvulas por cilindro (M 119), o que fez dele o carro mais potente de produção Mercedes-Benz no momento do seu lançamento.
O design deste motor foi baseado no M 117, um motor em liga leve de 5,0 litros, que tinha resistido ao teste do tempo durante mais de dez anos. Cárter, cambota e bielas foram extensivamente modificado para obter melhor desempenho. As duas cabeças de quatro válvulas por cilindro foram redesenhadas e as árvores de cames de admissão eram ajustáveis.. Este potencial de energia deu o 500 SL desempenho impressionante 0 aos 100 km / h em 6,2 segundos e velocidade máxima limitada eletronicamente a 250 km / h.
Mas tudo isto foi só o inicio o departamento desportivo da Mercedes a amg nao podia deixar em claro a passagem deste motor pelo catalogo da Mercedes sem lhe dedicar algum tempo, e destes senhores normalmente só se tem a dizer bem.

Das suas mãos saíram duas versões de raça apurada deste motor sendo a mais básica o SL55 AMG era a versão mais modesta com 354 CV, podendo depois optar pelo SL60 AMG que foi o mais potente dos V8 com 381 CV. Escusado será dizer que estas versões são difíceis de encontrar, portanto a não ser que tenham uma grande carteira, bem podem fazer como eu e sonhar.
Não contentes com o facto de o V8 estar a ter o sucesso que tinha a Mercedes decidiu apimentar a coisa e lançar o SL600 um V12, 6.0 de cilindrada e 48 válvulas, 4 por cilindro. A potencia cifrava-se nuns pujantes 394 CV que puxavam este carro para frente de uma forma muito diferente do V8, eram provenientes do Classe S pelo que foram pensados de outra forma onde a entrega de potencia e feita de forma gradual mas extremamente notória, digamos que é um bruto disfarçado.

Mais uma vez a AMG vez das suas e lançou novamente duas versões que tinham por base o V12, o extremamente raro SL70 AMG, com 7.0 de cilindrada e 496 CV, e o mais potente de todos os SL o SL73 AMG, que quando saiu era só o cabrio mais rápido de sempre.

Quando AMG deitou as mãos sobre o M120 em 1999 para fazer o SL73, já o motor existia no mercado a cerca de 4 anos na sua forma original de 6 litros. Quem quisesse ter um SL73 tinham que comprar um SL600 entregá-lo há AMG, acompanhado por um maço de marcos alemães, um maço dos grandes. O que teria de volta pelo sua conta conta bancaria seria um dos mais brilhantes feitos da engenharia da AMG um V12 com o bloco alargado para 7.3 e com o seu interior polvilhado com guloseimas de titânio, capaz de produzir 525CV e 725 NM de torque, números muito bons para 1999.

Todo aquele poder fogo impulsionava este carro de quase 2 toneladas ate uns impressionantes 300 km/h, com 120 desses km por hora a chegarem depois de uns meros 4,8 segundos. O SL73 seria a última versão do R129.
Uma curiosidade sobre este motor e que este o motor que esta por base do motor do Pagani Zonda, outro carro de sonho para qualquer entusiasta.

Em resumo, provavelmente nunca irão ver um 7.3 da AMG ou mesmo o SL60AMG, no entanto nas suas versões de entrada este modelo pode ser um carro de sonho para quem procura um coupé de raça apurada, digamos que não são muito baratos, mas já se começam a ser encontrados a preços razoáveis tendo em conta a maquina que são, quem sabe um dia....
Hélder Teixeira, no Vicio dos Carros
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