Ícones do nosso tempo - D-JET
- Helder Teixeira
- 18 de out. de 2015
- 3 min de leitura
Se tal como eu forem adeptos de desportivos europeus mais old school, o nome Matra não será de todo desconhecido, mas e René Bonnet?????
Aqueles a quem o nome diz alguma coisa, já sabem do que este génio foi capaz, para os restantes só fez uma pequena coisa o D-jet.

Para abrir a semana no vicio dos carros escolhi um francês deveras old school, um desportivo de excelência, que nasceu do sonho de criar um desportivo que fosse um verdadeiro desportivo, evoluído e apurado em competição.

René Bonnet, que já tinha estado ligado aos automóveis na DB, era o B, depois de sair desta empresa decidiu criar a sua marca e em parceria com a Matra, que produzia as carroçarias, criou o D- jet. Este carro de fibra de vidro e chassis tubular, foi um dos primeiros midengined sportscars produzidos em massa, embora a maioria vá dizer que esta honra deve pertencer ao muito mais tardio Lamborghini Miura, mas isso é simplesmente errado.
Em 62 este carro era um portento de inovação, e todo o esforço foi feito e bem na competição para evoluir o carro. Em termos de chassis era verdadeiramente único era composto por um chassis tubular literalmente colado a uma carroçaria em fibra que o tornava resistente e muito leves, e com um coeficiente aerodinâmico de invejar, aproximadamente 0.25, muito bom ate para os parametros de hoje.

Na sua concepção uma das fontes inspirados foi como o nome indica a aeronáutica e a carroçaria transpira verdadeiramente esta inspiração, a sua carroçaria e muito harmoniosa e fluida sem grandes quebras o que torna este carro muito apelativo ao olhar.
Em termos mecanicos o Djet tem a Renault como fornecedora de órgãos, neste caso do R8, com enfase nas mecanicas Gordinni chegando a atingir os 100cv nos modelos mais evoluídos. O motor era montada no meio do carro o que lhe confere um carácter ainda mais desportivo, e permitindo uma melhor distribuição de peso.


Para alem de um bom chassis e mecanica este modelo contou também com travões de disco nas 4 rodas e suspensão independente, todos elas soluções inovadoras ate em competição. Na versão de competição, o AeroDjet, na recta de Mulsanne em le mans registou uma velocidade de 225 km\h, muito graças a aerodinamica de excelencia aliada a um peso muito baixo de um cahssi muito competente.

Este e na minha opiniao o segredo do D- jet, foi um carro evoluido, a raça foi apurada e isso transpareceu no veiculo a que nos comuns mortais tivemos acesso. Era um carro com um comportamento de excelencia onde todas estas inovações fazem sentir, e de que maneira, que estamos num carro que não pertence aos anos 60 mas sim a umas décadas mais a frente.

Em 64 a Matra entra decisivamente em cena na historia deste modelo. Devido a dificuldades financieras criadas pelo extensivo desenvolvimento em competição Rene Bonnet encontra-se em dificuldades financeiras e perante esta joia a Matra assumiu o projecto mantendo o D-jet em produção ate 68 com pequenas evoluções sobretudo mecanicas.

Em suma um sonho de inovação que resultou aquilo que conhecemos por D jet, e que deu origem a uma filosofia desenvolvida pela Matra, que deveria ser mais levada em conta nos dias de hoje. Carroçarias e chassis lightweight, acoplados a motores evoluídos, são normalmente a receita perfeita para carros com desempenhos excelentes, uma premissa que parece que foi esquecida pelas marcas nos dias de hoje....
Helder Teixeira, no Vicio dos Carros



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