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O Guia dos Candidatos ao Restomod

  • Gonçalo Sampaio
  • 1 de out. de 2015
  • 4 min de leitura

Antes de avançar com este pequeno guia, acho imperativo esclarecer o conceito de "restomod". Essencialmente, é uma mistura entre o restauro e a modificação, que ocorre normalmente em veículos clássicos, já que estes são os mais susceptíveis a precisar de serem restaurados.

Um dos principais responsáveis por esta recente tendência é o Shelby Mustang GT500E, mais conhecido por "Eleanor", que há 15 anos nos deixa loucos.

Mas actualmente há já algumas empresas dedicadas a dar o mesmo tratamento a outros carros clássicos, mais notoriamente a Eagle, com a sua versão do Jaguar E-Type, e a Singer, que faz um novo 911 clássico capaz de conquistar o mais anti dos anti-Porsche. Curiosamente, o Singer é na verdade um 964 dos anos 90 disfarçado, mas graças ao facto de o design do 911 ter evoluído tanto como o da bola de bólingue, ninguém diria.

Isto é o restomod, carros clássicos com performances dignas de carros modernos e um design ligeiramente revisitado.

Aquilo que pretendo com este guia, é na melhor das hipóteses inspirar alguém que tenha os recursos e a capacidade de desenvolver um projecto semelhante para qualquer um destes carros, ou para qualquer outro que tenha em mente, ou, pelo menos, partilhar um pouco dos meus sonhos.

Começo então por um carro que tem recebido algum protagonismo na nossa página recentemente, o Renault 15/17.

Com as suas linhas muito a la muscle car, o R15 e o R17 estão a pedir uma intervenção, que nem teria de ser muito profunda, e se teria de concentrar principalmente na parte mecânica. Este não é exactamente o tipo de carro que curva sobre carris, e mesmo a versão mais potente tinha menos de 110 cavalos, mas agora imaginem um motor de Clio Williams debaixo daquele capôt, com uma suspensão nova e uma caixa com um "feeling" moderno, bem calçado, com uma jante de 16 polegadas e um pneu mais robusto. Sem aqueles plásticos na frente e com as arestas limadas entre painéis e nos rebordos da carroçaria. Era o carro que ia roubar toda a atenção ao novo Audi ou BMW da vizinhança, e tendo em conta que pesa tanto como um daqueles pelinhos que se arrancam do nariz, era bem capaz de os deixar ficar mal no semáforo.

Um outro clássico que precisa desesperadamente de um restomod é o Saab 99.

Este carro tem todas as linhas necessárias para receber uma carroçaria mais larga na zona das rodas, uma frente simplificada e umas jantes mais modernas da Saab, quiçá umas BBS. Para obter o aspecto verdadeiramente clássico, o ideal seria imitar as primeiras versões e adoptar cromados em vez de plásticos, mas atenção, não se ponham a estragar Turbos como o da imagem, estes carros são clássicos conforme estão. A nível mecanico é fácil arranjar motores com mais de 250 cavalos da Saab, por isso estariam seguros de que pouca gente teria hipóteses.

Passo agora para um coupé italiano, também de tracção dianteira, mas com todo o glamour de um Ferrari ou um Maserati, o Lancia Fulvia.

Aqui pouco se poderia fazer à carroçaria, talvez pequenos alargamentos nos arcos das rodas e pára-choques tipo Shelby, ou eliminá-los por completo e alisar a chapa nessa zona, com uns piscas mais discretos. A mecânica podia continuar a ser baseada no seu V4, ou podia sofrer uma intervenção mesmo louca, do género de um 2.0 Turbo e tracção integral, com uma afinação para uns... sei lá, 400 cavalos, a atirar por baixo. Era completamente exequível e, se pensarmos no tratamento de chapa que estes carros recebiam, o mais certo era ser justificável substituír o chão todo de qualquer forma. Por mais trabalho que desse, a ideia de bater recordes de multas de velocidade com um Fulvia é demasiado excitante para ignorar. Além disso, fazem coisas mais complicadas para os Escorts.

Continuando em Itália, viro-me agora para um descapotável, o Alfa Romeo Spider.

Porquê o Spider em vez de um Giulia Série 105/115? Pela mesma razão que não vão ver aqui um Ford Capri, é que esses carros já têm excelentes projectos de restomods, com base nas suas versões de competição. Ok, há aqui uma pequena contradição, porque este carro da imagem é feito pelos mesmos tipos que preparam esses Giulias coupe e até tem um V6 montado, com muita potência em cima, mas mesmo assim o Spider tem um aspecto demasiado "franzino", e era isso que eu gostava de corrigir. O que este carro precisava, era de um tratamento estilo Cobra, com a carroçaria completamente alargada, um pára-brisas mais baixo e talvez uma frente mais agressiva, como a de um TZ2. Pouco restaria do Spider, é verdade, mas se já tiverem visto carros destes no estado em que eu vi, compreenderão que há alguns muito complicados de devolver à sua originalidade. Além disso, julgo que ninguém terá muita pena de perder um Spider da geração dos plásticos.

Por fim, e porque este guia é mesmo curto, o Rover SD1.

Pelo amor de Deus, alguém faça algo em relação a isto, ou me dê o dinheiro para o fazer. Este é um dos carros preferidos do Vício, é daqueles que obedece à praticalidade, à potência e ao prazer de condução, mas sendo produto do trabalho de sindicalistas descontentes, perdeu muito na qualidade, o que o torna no candidato ideal para ser reconstruído. Não seria muito difícil, tudo o que estivesse a mais eliminava-se, o que resolveria muitos dos seus problemas eléctricos, o motor e a caixa poderiam ser substituídos por um novo V8 Chevy ou Ford, com uma Tremec de 6 velocidades e por fora bastava eliminar alguns frisos, redesenhar os pára-choques e talvez alargá-lo na zona das rodas, que já vi nalguns e fica muito bem. Depois a escolha certa das rodas faria o carro. Era fácil, e o resultado seria um assassino de M5's com a pinta de um Ferrari Daytona. Tem de ser feito, simplesmente tem de ser feito.


 
 
 

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