Lendas do Paddock - Alfa Romeo Tipo 33
- Gonçalo Sampaio
- 22 de set. de 2015
- 3 min de leitura
Pois é, hoje estou cá eu em vez do Rúben Teixeira, e enquanto ele se tenta livrar das cordas e da mordaça que lhe coloquei, eu vou falando de um carro de corrida daquela marca italiana de que tão pouco se fala aqui no Vício dos Carros, o Alfa Romeo Tipo 33. - Não adianta lutar Rúben, o sedativo deve estar a fazer efeito a qualquer momento.
Naturalmente, como eu não percebo nada de corridas, este será o Lendas do Paddock mais mal feito de sempre, as imagens não vão bater certo com os parágrafos, os números dos carros não vão ser os dos vencedores, e o mais certo é aparecer um Ferrari 330 P4 aqui pelo meio. Além disso, não vou conhecer nenhum dos pilotos, por isso vou desde já baptizá-los todos de Pedro Lamy.
Tentando então encontrar alguma organização aqui pelo meio, comecemos pelo primeiro dos Alfas 33, o "Periscopica", de 1966.
O seu nome vinha daquela admissão de ar, que fazia lembrar um periscópio, e ia parar ao motor V8 de 1995cc, que produzia 270 cavalos. Este carro, apesar de promissor, não chegou a ser bem sucedido, e foi substituído em 1968 pelo 33/2.
O 33/2 "Daytona" foi um animal diferente, ainda equipado com o 2.0 V8, mas acompanhado por uma versão 2500 com 315 cavalos, este carro dominou a classe dos dois litros nas 24 Horas de Datytona (o que lhe valeu a alcunha), em Targa Florio, Nürburgring e Monza.
Além disso, este carro deu origem ao 33 Stradale, discutivelmente, o primeiro supercarro moderno da história. Recordo também que o peso de um 33 Daytona, com o seu chassis tubular de alumínio, era inferior a 600 kg.
Como sempre, depois do excesso de confiança, tinha de vir o erro, e o chassis tubular foi substituído por um monocoque, com o motor V8 agora aumentado para 3 litros, produzindo 400 cavalos, o que lhe aumentou um pouco o peso. Então, este novo carro, o 33/3, apesar de ser uma das mais belas formas esculpidas pelo Homem, não se safou em pista até recuperar o tal chassis tubular. Quando recuperou, voltou a ser competitivo, venceu várias provas na sua categoria e, com nomes como Henri Pescarolo... perdão, Pedro Lamy ao volante, chegou mesmo a vencer os Porsches 917 em Brands Hatch.
Houve ainda uma versão coberta de 4 litros do 33 monocoque chamada Tasman Coupe, e alguns modelos já tubulares que correram no CanAm.
E então, acabaram os 33 V8. Porque estava na hora de a porra ficar séria e meter um 12 cilindros no carro. Nascia o 33TT12, o mais bem sucedido dos Tipo 33 até à data. Este carro, nas mãos de Pedro Lamy, Pedro Lamy ou, por exemplo, Pedro Lamy, venceu várias provas de Endurance em 1974, acabando o campeonato de marcas em segundo lugar nesse ano, e vencendo-o efectivamente em 1975, ganhando sete de possíveis oito corridas.
O motor destes carros era um flat-12, que por alguma razão relacionada com a cambota não pode ser chamado de boxer, mas que também tem os cilindros opostos. O F12 do 33 tinha 2995cc e produzia 500 cavalos às 11000 rpm, porque era do aço e toda a gente sabe que o aço é rotações por minuto em vez de binário. VTEC 4life maninhos.
Mas ainda houve mais, em 1977 um novo 33, o 33SC12, já com um novo tipo de chassis monocoque e 520cv, ganhou todas as corridas do campeonato, e serviu também para um desenvolvimento histórico na área da admissão forçada, com uma versão do flat-12 tendo a sua cilindrada reduzida para 2134cc e recebendo dois turbos, o que resultaria em 640 cavalos de potência. Esse motor foi mais tarde adoptado para a Fórmula 1.
Um facto menos conhecido é que este carro era, na verdade, um Transformer.
E pronto, esta é a história do Alfa Romeo Tipo 33, se não a conheciam, divirtam-se a contar aos vossos amigos que a Alfa venceu Le Mans com o 33, e esperem pelas reacções. Depois expliquem que não é o de 5 portas dos anos 80.

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