Ícones do nosso tempo- Fiat 850
- Hélder Teixeira
- 30 de ago. de 2015
- 5 min de leitura
Depois de na passada semana vos ter trazido um capricho meu, uma van, hoje vou falar-vos de um carro pelo qual nutro um muito especial carinho, foi o primeiro carro onde eu sentei o meu traseiro, como passageiro obviamente... Pois é, o meu pai foi o feliz proprietário de um destes modelitos de que hoje vos falo o Fiat 850, uma maquina italiana de motor traseiro e doses imensas de diversão.
Desenhado dentro da mesma base do 600 este 850 era evolução quer na mecanica quer na estética com um body style mais próximo de um sedan ou coupé dependendo das versões, do que o seu predecessor o 600.
No meu caso aquele que me trouxe para próximo das maquinas italianas foi um 850 sedan de cor vermelha, do qual guardo algumas memorias e fotos da época onde eu, em menino, me sentava orgulhosamente no capot do carro do meu pai. Mas falemos do carro, tal como o 600 era uma mecânica básica neste caso com 843cc e um design com uma traseira curta onde se escondia o motor, de montagem traseira, sim tinha o motor no lado errado. Este erro estratégico tal como 600 era usado para aumentar a tracçao disponibilizada pelo motor que dependem se era norma ou super podia ter 34 cv ou 37 cv, imenso não acham. Este facto da potencia não impediu que este carro fosse um sucesso, tal como o 600 era muito fácil de alterar e sempre permitia aos mais corajoso atingir velocidades próximas dos 120km\h de serie, depois de minado como deve ser estes valores aumentavam e muito...
Esta base foi também extremamente versátil tendo nos seus modelos coupé e spider o expoente máximo. No caso do coupé as suas linhas mais próximas de um aspeto fast back são ainda hoje um foco de atenção por onde quer que se passe, então na época imaginem como seria.
Este facto levou a que vários criadores adaptassem esta base para criar modelos únicos excelentes, criadores como a Zagato e a Pininfarina, Bertone entre outros quando lhes deitaram as mãos criaram verdadeiras obras de arte que ainda hoje impressionam quer pelo andamento e carroçarias de um nível bem acima do produto que lhes oferece a base.
No entanto esta base e também utilizada para fins bem diferentes, este serie os 850 tambme oferecia uma versão forgunata, e familiare, ou seja se fosse nos dias de hoje teríamos um 850 van, e um 850 monovolume.
Para mim o mais impressionante e o facto de numa base deste tamanho conseguir enfiar 7 bancos. Mas na verdade conseguiram e convenhamos conseguiram com algum estilo. Tal como quase todos os modelos Fiat da altura existiram as famosas versões Abarth, e aqui a historia e outra, já não falamos de versões únicas ou de versões de origem, quando este meninos sofriam o tratamento Abarth a coisa mudava catastroficamente de figura, passavam de sedans ou coupes com estilo a maquinas de respeito com doses cavalares de testosterona. A versão de entrada era o Abarth OT 850, uma evolução que permitia a quem se sentava ao volante dispor de mais una cavalinhos, neste caso subia para os 43cv, na sua primeira versão.
Em outubro de 64 são introduzidas duas variantes novos, que dispunham de travão de disco a frente e de mais potencia na versão mais apurada. Neste caso no OT 850 oltre 150, a velocidade máxima aumentava também para uns já impressionantes 150km\h. Também em Outubro de 64 nasce uma outra versão o Fiat-Abarth OT 1000, com a sua cilindrada aumentada para 982 cc, produziu 60 cv e 79 N.m, a coisa estava a ficar mais interessante para este modelo.
Um ano depois em 1965 a Abarth lançou as versões spider e coupe do OT 1000. Em comparação com a versão sedan, o motor era um mais poderoso, Tipo 202, produzindo 62 cv e 79 N.m de torque. A velocidade máxima era de 155 km / h para o coupé e 160 km / h para o spider. O coupé foi atualizado em novembro de 1968 em simultâneo com o Fiat 850 Coupé normais, recebendo frente nova e luzes traseiras redondas individuais.
Lançado juntamente com o OT 1000 Coupé, e com base na carroçaria Coupé 850 foi também lançado o OTR 1000. O seu motor do tipo 200 teve uma cabeça Abarth projetada com válvulas em um V em vez de paralelo daí a letra R no nome, de radiale.
As câmaras de combustão foram moldadas como duas cápsulas esféricas, um em torno de cada uma das válvulas, um hemi, com uma conduta de admissão por cilindro, cada uma alimentada por um dos dois carburadores Solex. A Abarth alegou uma potência de 74 cv a 6,500 rpm e uma velocidade máxima de 172 km / h ( 107 mph) para a versão de estrada, muito fruta para altura, imagino como seria estar atrás do volante de um carro destes.
No Turin Motor Show de 65 Bertone mostrou no seu stand um one-off do OTR 1000, o berlinetta, baseado no 850 spider, mas com um teto fixo e uma abertura para o radiador dianteiro.
Outro modelo de realçar nesta lista de modelos abarth e o Fiat-Abarth OT 1300, lançado em novembro 1966. Visualmente idêntico ao OTR 1000, salvo para as rodas alargadas,neste modelo o caso muda um bocadinho de figura.
O motor usado derivava diretamente do motor Fiat 124 e tinha uma capacidade de 1.280 cc, a potência do motor foi de 73 cv, e a velocidade superior 172 km / h , ambos o mesmo que na OTR 1000, mas graças ao motor mais simples o carro era mais barato, e deu origem ao que lhe segui um verdadeiro mostro.
O Fiat-Abarth OT 1600 Mostro era uma variante extrema baseada no corpo do sedan 850. Revelado em 1964 no Turin Motor Show e apelidado Mostro, monstro, era equipado com um motor 1592 cc twin cam, o motor twin spark do Fiat-Abarth 1600 de corrida.
O 1.6-litro deitava para fora uns singelos 153 cv, a velocidade máxima era de 220 km / h. Foi severamente alargado para acomodar as novas rodas traseiras e toda a borracha que as envolvia, e fundamental para colocar a potencia no chão. Imaginem só como seria ter 153 meninos na parte traseira de um carro com um peso de cerca de 800cv, certamente que era improprio para cardíacos.
Distingue-se pela sua asa traseira que aumenta não só o fator cool como a tão necessária aerodinâmica.
Mas mesmo assim este monstro não foi o mais potente da serie, esse lugar foi para o OT 2000, alimentado por um motor de dois litros e baseado na versão coupé.
É diferente visualmente do 850 Coupé, era muito mais badass. Na frente existia uma enorme grelha entre os faróis e um para-choques frontal diferente , era também substancialmente mais largo e tinha um capot dianteiro ventilado para melhor arrefecimento. O 1946 cc Twin Cam de quatro cilindros produzia 182 cv. E poderia impulsionar o carro ate aos 240 km\ h, simplesmente arrepiante.
Ou seja este pequeno e modesto carro provou ser pau para toda a obra, desde o mais básico sedan ate aos magníficos Abarth foi um carro amado e severamemte abusado, mas nunca desiludiu.
Tenho como certo que qualquer viagem num destes modelos artilhados, ou não, terminara sempre com um sorriso e muitas memorias, tal e a pureza de emoções transmitidas ao volante de um destes modelos. É uma verdadeira maquina de diversão, feita no pais da bota.
Helder Teixeira, no Vicio dos Carros
Commentaires