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Crónicas de um Viciado

  • Gonçalo Sampaio
  • 26 de ago. de 2015
  • 2 min de leitura

Há uma raça de automóveis que considero estar acima de todas as outras. Acima das berlinas de luxo, acima dos 4x4 desportivos, acima dos roadsters e acima de alguns supercarros. São as versões "lightweight".

Uma versão lightweight, conforme o nome indica em inglês, é mais leve do que o normal, e surge quando se pega numa versão já por si desportiva e se retira o que está a mais, de forma a tornar o carro o mais orientado para a performance possível.

Alguns exemplos destas lendárias máquinas são os antigos Alfa Romeo GTA, o Porsche 911 Carrera RS, e mais recentemente os GT2 e GT3, o Shelby Mustang GT350R, os Mustang Cobra R, o BMW M3 CSL e, é claro, os Peugeot Rallye.

O carro de que vou falar hoje foi a segunda interpretação da marca francesa para este tipo de veículo, e talvez a mais célebre. Quem não se recorda dos 106 de jantes brancas e autocolantes com as cores da Peugeot Talbot Sport?

Peugeot 106 Rallye, um conjunto de palavras que quase não consigo referir sem esboçar um sorriso, por imaginar a eterna diversão de atirar este chassis incrivelmente competente para uma curva em paralelo e controlar o resultado com o pé direito.

Inicialmente, o Rallye foi feito a partir do 106 MK1, e vinha equipado com o 1.3 já conhecido do 205 e do Citroën AX Sport, mas com injecção electrónica no lugar dos carburadores. Para manter o peso na casa dos 800 kg, o pequeno Peugeot não trazia vidros eléctricos, jantes especiais, fecho central, airbags ou uma grande insonorização.

Ainda assim, para os portugueses os seus 98 cavalos não eram suficientes, por isso decidiram fazer 50 unidades do Rallye chamadas R2, com 106 cavalos, uma suspensão melhorada, jantes de liga leve que eram de facto de liga leve e interiores ainda mais racing.

Em 1996 o 106 foi renovado, e o Rallye ganhou um novo motor 1.6, com 103 cavalos, passando a ter o aspecto de um GTi, mas ainda com jantes de ferro e sem faróis de nevoeiro.

Tirando um pouco mais de binário, o aumento de potência não parecia muito significativo, mas isso viria a ser corrigido quando o motor 1.6 de 16 válvulas e quase 120 cavalos foi adoptado. Isto criou o 106 com melhor relação peso/potência de sempre, e é na realidade toda a razão para ter escolhido falar sobre este carro. Não que um Rallye original deixasse de me encher as medidas, mas ter a potência de um Saxo Cup num carro com menos 100 kg é algo que mexe um pouco comigo, faz-me ter arrepios na espinha, ganhar água na boca e ficar com os pelos dos braços em pé. Dá-me tiques nos pés e faz-me sentir uma manete de velocidades na mão direita sem ela lá estar. Talvez seja por isso que em muitos carros da sua raça se paga mais, por um carro que traz menos coisas.


 
 
 

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