Icones do nosso tempo- Ford Cortina Lotus
- Helder Teixeira
- 17 de mai. de 2015
- 3 min de leitura
Existem carros que ficam na história, por razões que a própria razão desconhece, ficam no coração dos entusiastas. Neste caso não, neste caso falamos de modelo da marca da oval azul que marcou a sua época quer pelo estilo, quer pelo vulcão que estava no sítio do motor. O modelo que lhe deu as linhas era para ser chamado de cônsul 325,e teve como pai uma outra marca inglesa de renome. Façam rufar os tambores, falo-vos do mítico, do genial, de uma verdadeira pérola da Ford, o Cortina Lotus.

Este modelo teve duas versões com personalidades bastante distintas, mas começamos pelo princípio o mk1.
Concebido em parceria com um senhor que de certa forma deixou a sua marca na f1 através das inovações, sir Colin Chapmam e a sua Lotus, esta parceria da Ford foi desde primeiro dia um sucesso, o design do cortina é o que se vê, é agressivo, mas no entanto sem exagerar, muito politicamente correto tal como os ingleses, mas com um certo aroma a wild west, enfim uma mistura de estilos que agrada ha vista e que faz deste carro por si só um modelo a considerar.


Em 61 sir Colin Chapmam ansiava por motores saídos da engenharia Lotus, e para fazer essa tarefa achou que deveria começar com uma boa base e decidiu comissionar um motor twin-cam com base no modelo da Ford produzido em kent, a um outro senhor chamado Harry Mundy, um reconhecido preparador de motores.

Enquanto o motor estava a ser desenvolvido, em 1962, Walter Hayes da Ford pediu a Chapman se ele aceitava instalar o motor em 1000 cortinas da oval azul para homologação no grupo 2. Chapman aceitou e o Lotus Cortina foi exibido para a imprensa em Monte Carlo. A Ford forneceu os Cortina de duas portas, enquanto a Lotus construiu os carros. A potência foi fornecida por um motor 1557cc twin- cam, produzindo um 105 garanhões e foi acoplado à caixa de velocidades de relação curta do Lotus Elan. A Produção cessou em 1966, depois de apenas 3306 exemplares saírem da linha de produção.



O sucesso desta parceria é evidente para todos. Os resultados alcançados no plano desportivo são conhecidos, mas a sensação de o conduzir será certamente a melhor recordação que se pode ter deste modelo.
O motor, os ajustes da Lotus e a sua caixa fazem uma combinação explosiva que agradou quer a pilotos quer ao pai de família que gostava de andar depressa.

Depois do sucesso do Lotus Cortina mk1, a Ford recuperou o controle do seu carro e optou por desenvolver o Lotus Cortina mk2 in-house em Boreham(casa do departamento de competição da Ford na altura)

e em Dagenham ao lado dos Cortina GT, a fim de tornar o Cortina Lotus mais rentável, na minha opinião não acho que foi boa ideia os mk2 perderam um pouco de personalidade, desde o seu design mais vocacionado para as famílias, até ao próprio desempenho não e o tão refinado, muito embora seja um excelente carro e até mais apetecível devido a sua raridade.

O Mk2 Lotus Cortina foi lançado em março de 1967 - seis meses após o resto da gama Mk2. A potência era agora de 109cv vindos de um enérgico 1557cc twin-cam quase idêntico ao utilizado no Escort Twin Cam em 1968, o que ajudou a impulsionar o Mk2 Lotus Cortina dos 0-100 km/h em cerca de 11 segundos, nada mau.



Se me perguntarem qual e o meu preferido eu responderia os dois, tanto um como o outro tem o seu charme, no entanto o mk2, na sua altura perdeu o estatuto de carro de competição para o seu primo de raça mais apurada o Escort o que levou a que este modelo seja mais procurado por entusiastas que procuravam um bom carro com pedigree Ford, já no mk1 é um Ford cortina produzido em casa de sir Colin Chapmam, e nada a acrescentar.
Hélder Teixeira, no Vicio dos Carros.





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