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Lendas do Paddock: Jaguar XJR Series

  • Rúben Teixeira
  • 13 de mai. de 2015
  • 6 min de leitura

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O programa de Grupo C da Jaguar pode ter a sua origem traçada a duas fontes: o programa de Grupo A desenvolvido pela TWR de Tom Walkingshaw usando o XJS V12 de 400cv e pelos esforços de Bob Tullius no campeonato IMSA nos Estados Unidos, na equipa Group 44.

Ambos tinham andado a desenvolver o venerável V12 da Jaguar, um design baseado no XK de 6 cilindros que já tinha raízes na década de 40, com uma camara de combustão de duas válvulas por cilindro.

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Os primeiros a fabricar um protótipo com esta motorização foi a Group 44 Racing para o IMSA em 1983. Denominado de XJR-5, era baseado no bloco de estrada e um chassis independente da Fabcar, um monocoque de aluminio com reforços de aço tubular coberto por uma "pele" de carbono e kevlar.

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Este carro apesar de nunca ser campeão teve sucesso suficiente para a Jaguar da a luz verde para correrem em Le Mans em 1984 e manteve-se competitivo até 1985, ano em que a Jaguar decide entregar o desenvolvimento dos seus sport-protótipos à TWR para o campeonato do Mundo de Endurance, motivada pelo que estava alcançar no IMSA e no Grupo A.

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Isto dá origem ao XJR-6, desenhado por Tony Southgate e foi dos primeiros Grupo C a ter um chassis em carbono. Embora não seja dito explicitamente dito, nota-se que tal como a grande maioria dos seus adversários foi concebido com Le Mans em mente pois a arquitectura aerodinamica da sua carroçaria de carbono priveligia um baixo baixo coeficiente de atrito, e com isto vêm antes de implementarem posteriormente uma das imagens de marca desta geração de Jaguares de endurance: rodas traseiras tapadas.

A Jaguar queria voltar aos tempos aureos do Type C e D, em especial para melhorar a má imagem criada pela sua associação à British Leyland. E a chave para isso era as 24h de Le Mans, mais que o titulo mundial de endurance.

O XJR-6 continuou com duas variantes do V12 já usado na IMSA. Uma com a mesma cilindrada de 6.0l para os EUA e a debitar mais de 630cv, e uma de 7.0 litros e com pelo menos 720cv para o campeonato do Mundo.

Tal como o XJR-5 que o antecedeu, apesar de muito competitivo o XJR-6 não ganhou nem Le Mans nem o titulo mundial nas épocas de 1985 e 1986 e foi preciso esperar pelo seu sucessor em 1987, o XJR-8 para conquistar o titulo mundial. Apesar da mudança de digito na nomenclatura, este carro era mais uma evolução do que um carro novo, pois as diferenças técnicas não eram assim tão grande.

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Mas Le Mans era o grande objectivo, e o seu sucessor, o XJR-9 ia estar ainda mais focado na vitória nas 24h em 1988.

O novo rival directo deixou de ser o icónico Porsche 962 (que já falamos recentemente) mas sim o Sauber C9, com o seu V8 biturbo. No meio destes rivais o rugido agudo do V12 Jaguar destacava-se entre o roncar da maioria dos turbo em pista.

Talvez a variante mais marcante, o XJR-9 venceu o titulo Mundial, as 24h de Daytona e finalmente as 24h de Le Mans.

Por esta altura e apesar do sucesso o XJR-9 já começava a mostrar a idade, em especial nos EUA onde a Nissan começava a fazer muita pressão.

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O que até agora tinha sido um motor competitivo graças não tanto à potência, mas mais pela solidez, pela tipica excelente resposta de um V12 atmosférico e melhor consumo que os turbo era agora um motor que já não acompanha a concorrência, devido ao peso e tamanho excessivo.

A solução foi adoptar o V6 do MG Metro 6R4 de rallies e instalar 2 turbos. O motor mais leve e mais compacto, providenciava assim os níveis de potência necessários para se manter à frente no IMSA americanos.

Com duas unidades motrizes por onde escolher a TWR também cria duas variantes: o XJR-10 e o XJR-11.

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O primeiro é concebido com as pistas mais sinuosas e irregulares americanas e o XJR-11 ainda com o V12 para as suaves e mais rápidas pistas europeias.Apesar do sucesso das duas variantes em 1990 volta a ter somente uma variante para os dois lados do Atlantico: o XJR-12, que utiliza ou o V6 ou o V12, conforme as necessidades da corrida em causa, e em Le Mans é o doze cilindros que trás glória na última vitória da Jaguar na prova francesa.

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Em 1991 há uma revolução nas provas de endurance. Há uma golpada de Bernie Ecclestone que obriga a FIA a tornar obrigatório o uso de motores atmosférios de 3.5 litros de cilindrada, de modo a alinhar com o que a F1 corria, e assim os construtores puderem ser "pescados" para a F1 e assim por mais guito no minorca patrão da Formula 1.

Isto obriga a Jaguar TWR repensar o seu projecto de endurance que tanto sucesso lhe trazia, em face a agora ter de novo rivais na forma da Peugeot e a Mazda.

Sendo a Jaguar parte do universo Ford por esta altura, e com o laços com a Cosworth, o V6 e o V12 vêem-se atirados para a reforma de modo a ceder lugar a uma variante de endurance do Coswroth HB de 8 cilindos em V.

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O aspecto esquio dos seus antecessores é abandonado em favor de um aspecto mais agressivo, mais "insectóide" face à novas necessidades de respiração e arrefecimento, e também com o facto dos cromos da FIA imporem um limite máximo de comprimento às rectas das pistas homologadas para provas oficiais, e assim o circuito de Le Mans ganha duas chicanes que reduzem imenso a velocidade alcançada nelas (por esta altura já chegavam muito próximo dos 400km/h) o que torna o downforce agora o elemento que domina a aerodinamica dos novos Grupo C, além de o projectista chefe já não ser Tony Southgate, mas sim Ross Brawn o que

trás uma nova linha de pensamento à equipa.

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O denominado XJR-14 é notóriamente mais rápido em curva que a concorrência, com um peso de 750kg e 650cv às 10.500rpm em vez dos mais de 720cv e 13.000rpm do seu primo da F1.

As regras podem ter mudado no Mundial, mas no IMSA a facção americana da TWR-Jaguar continuava a militar o V6 Turbo, sob o nome de XJR-16, e para complicar ainda mais esta história, a partir do XJR-16 desenvolveram o XJR-17 com o V6 atmosférico, discos de travão em aço (nesta altura as outras variante já usavam discos de carbono) a debitar 450cv.

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Toda esta vontade de estar em todo o lado e ter um carro para todas as situações foi um esforço longe demais e desde o sucesso de 1990 até ao fim deste programa de competição em 1992 a Jaguar não consegui manter o mesmo ritmo da sua competição.

Por esta altura a TWR tabém já enfrentava problemas finnceiros e decidiu comercializar parte deste projecto a outros fabricantes (Tom Walkinshaw era um hábil empresário sempre com ideias de como lucrar, vamos dizer as coisas assim de modo simpático...) e o chassis TWR usados nos Jaguar (e com o desenvolvimento pago pela Jaguar...) correu como o Mazda MXR-01

equipado com o Judd V10 (disfarçado de Mazda) também sem sucesso digno de nota, e convertido para Spider em 1995, 1996 e 1997 com motores do antigo rival Porsche 962 ganhando Le Mans em 1995 e 1997 e foi tão competitivo que a própria Porsche compra o projecto, actualiza-o e em 1998 compete com ele a par do 911 GT1 sob o nome de LMP1-98.

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Embora já algo esquecido, esta geração de Jaguares de corrida foram dos mais fantástico carros de competição que alguma vez houve, talvez por ter tido uma carreia longa, o sucesso em Le Mans, Daytona, Sebring e no Mundial de Endurance ficam um pouco diluidos. Como nota de rodapé, o chassis do XJR-9 foi desenvolvido para a estrada como um supercarro desenhado por Peter Stevens com o V12 de 7.0l denominado de XJR-15, com o custo de 1 milhão de dolares e com um campeonato monomarca feito de raíz para os milionários que o compraram. Quando a produção do XJR-15 terminou, a Nissan comprou o projecto para usar a secção central para o Nissan r390 GT1 com a sua própria mecanica e aerodinamica (estes motores V8 Nissan twin turbo agora evoluiram para se tornarem nos motores dos actuais McLaren MP12, 650 e P1... neste mundo dos carros há muita misturas, de fazer corar muita novela e filme porno...)

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Mil e uma vidas portanto, tal como outros carros que já falamos neste blog.

Um outra faceta deste sucesso é que fez sobressair novmente a veia desportiva da Jaguar, numa altura que fazia de carros de velhos e que se propaga até hoje, com ainda mais força pois em termos de pureza, técnica e desportividade a marca do gato aos pulos está melhor que nunca com carros lindos e capazes e que voltam a embaraçar a concorrência.

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