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Crónicas de um Viciado

  • Foto do escritor: Helder Teixeira
    Helder Teixeira
  • 6 de mai. de 2015
  • 2 min de leitura

Ah, os anos 90. Boys Bands, cabelos com gel, calças pelo umbigo e tracção dianteira em todos os carros. Ok, portanto os anos 90 não foram absolutamente brilhantes, e foi por isso que houve tanto entusiasmo para entrar no novo milénio, era uma oportunidade de fugir de uma das décadas mais tristes da história moderna, que apenas pessoas como Quentin Tarantino, Jerry Seinfeld, Pierce Brosnan e Tupac ajudaram a aturar.

A parte triste foi que não houve melhorias nenhumas, se tanto ficamos pior do que estávamos. Não houve Y2K ou qualquer outra forma de apocalipse, está certo, mas também não se conseguiu escapar à chunguice. As Boys Bands foram substituídas por artistas pretensiosos, os cabelos com gel continuaram, só se mudaram os penteados, as calças pelo umbigo foram substituídas por calças reveladoras de zonas púbicas e a tracção dianteira continuou dianteira, sem opção de integral. "Foda-se", certo? Bem, não exactamente. Sempre ganhamos um Robbie Williams e um Justin Timberlake, o penteado de Paul Walker no primeiro Velocidade Furiosa, a Beyoncé de calças descaídas e carros como o Ford Focus RS.

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Nem toda a gente gostou do Ford Focus quando ele apareceu, com o seu design New Edge, mas eu não fui uma dessas pessoas, eu adorei. Em comparação ao Escort da geração anterior, o Focus era uma lufada de ar fresco, um carro com um aspecto sólido, agressivo e robusto. E antes que me falem do Escort RS Cosworth, lembrem-se que esse era um Ford Sierra com painéis exteriores de Escort, portanto nem o considero deste segmento.

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Pelo meu critério, este Focus não substituiu o RS Cosworth, mas sim o RS2000, que era o verdadeiro Escort desportivo dos anos 90, também de tracção dianteira.

E que grande substituição. Algures entre o pedal direito e o radiador havia lugar para 215 cavalos, a caixa de velocidades era uma simples manual de 5, as rodas da frente eram mais saídas da carroçaria do que nas versões normais e auxiliadas por um diferencial autoblocante da Quaife, o que lhe dava um comportamento em curva muito diferente de outros "hot hatches" da sua época.

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No interior o tablier era semelhante a qualquer outra versão do Focus, o que quer dizer que era um pouco... estranho, mas os bancos da Sparco continuam a ser dos meus favoritos. Para além das duas riscas azuis muito "à la Shelby", a junção de cabedal e alcântara é deliciosa e o seu formato de bacquets absolutamente perfeito. É como se alguém que faz interiores na Citroën tivesse unido forças com alguém que faz interiores na Ferrari e vendido o resultado à Ford.

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Entretanto, o Focus RS tornou-se num épico de batalha, com potências elevadíssimas, imensa electrónica e performance desafiadora das leis da física, a próxima geração vai trazer mesmo tracção integral, mas apesar de tudo, há um certo carinho que eu reservo por este primeiro Focus RS, e não é só por o Colin McRae ter conduzido a versão de rally. O Focus RS é um carro fixe, e ajudou a melhorar os anos 00, o que é de enorme valor, porque isto fica pior de ano para ano.

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Gonçalo Sampaio, no Vício dos Carros


 
 
 

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