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Icones do nosso Tempo - Alfa Romeo Giulia GT/GTV

  • Gonçalo Sampaio
  • 27 de abr. de 2015
  • 3 min de leitura

A parte mais complicada de falar sobre um carro como o Alfa Romeo Giulia GT/GTV é não parecer demasiado tendencioso pela marca de Arese.

Muito rapidamente tropeçamos em frases como "este era facilmente o melhor carro do mundo na sua época" ou "ninguém estava perto de fazer nada tão genial", mas isso não seria justo para o leitor, que procura um texto imparcial, sobre um carro que marcou uma época... na qual era facilmente o melhor carro do mundo, porque ninguém estava perto de fazer nada tão genial.

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Naturalmente, afirmações destas têm um peso tremendo sobre quem as faz, portanto antes de começar a ser atacado pelos BMW 2002, os Escorts MK1, os Capris e os Muscle Cars americanos todos, deixem-me contextualizar.

Conforme fiz questão de frisar quando mencionei o nome do carro, estes eram os coupés do Alfa Romeo Giulia, partilhavam o mesmo chassis, o mesmo chão, as mesmas mecânicas e até eram parecidos por dentro, mas ainda tiveram motores mais potentes.

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E enquanto as berlinas eram conhecidas por serem mais aerodinâmicas do que um Porsche 911 e por serem carros da Polizia e dos Carabinieri, os coupés eram conhecidos por ganhar corridas, muitas corridas.

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O que me leva a outro aspecto que torna complicado falar do Giulia GT/GTV, que é simplesmente a quantidade absurda de versões que o carro teve. Exteriormente temos cerca de 5 frentes e traseiras diferentes, motores foram os 1300, 1600, 1750 e 2000, todos eles de 4 cilindros twin cam, o famoso "Bialbero" da Alfa Romeo, alguns dos quais recebiam carburadores duplos e outros injecção directa.

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Houve ainda um cabrio, o GTC, e três interpretações de 2 lugares da carroceira Zagato, os TZ1, TZ2 e GT Junior Zagato.

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Não vou falar de nenhum destes, nem do cabrio, mas falarei daqueles que eram os mais loucos Giulias coupés, os GTA.

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GTA significa "Gran Turismo Alleggerita", o que numa tradução rudimentar quer dizer que era um GT aligeirado, com painéis em alumínio. Nalguns casos a redução era de mais de 100kg na versão de estrada e quase 200 na de corrida.

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A maior parte dos GTA eram modificados pela Autodelta, ganhando duas velas por cilindro e aumentos significativos de potência, mas mesmo um 1600 de série já trazia quase 120cv e um 1300 perto de 100. Após as modificações caminhavam mais perto dos 180cv.

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Estes eram os tais carros que ganhavam muitas corridas, mas há um que consegue impor ainda mais respeito, o GTAm. Este modelo era uma besta equipada pelo 1750 ou pelo 2000 com uma carroçaria alargada e mais de 220 cavalos de potência, com um peso ainda bem abaixo dos 1000kg. Na categoria em que estava, no entanto, o 2000 GTAm já não causava tanto estrago como os 1300, por exemplo.

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E agora voltamos à questão inicial: É isso que faz deste Alfa o carro mais brilhante da sua época? O facto de ganhar corridas? Não só.

O que é realmente impressionante nestes carros é que eles conseguiram ditar o caminho dos Alfas durante as duas décadas que se seguiram, há realmente poucas diferenças tecnológicas entre um Giulia e um 75, e recordo que estes eram levados a níveis de performance bem mais elevados, entrando na ordem dos 400 cavalos em versões de pista.

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O Giulia foi o resultado de anos de evolução da engenharia da Alfa Romeo, e a sua "fórmula" foi usada até a Fiat a comprar, favorecendo as plataformas de tracção dianteira com as quais outras histórias foram criadas. Mas toda a filosofia de montar a caixa de velocidades atrás, dos travões de disco às 4 rodas, dos motores Bialbero e até da tecnologia Twin Spark, está para sempre associada ao Giulia, um carro que conseguia servir de táxi, de carro da polícia, de carro de fuga, de carro de pista e de rally.

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As pessoas costumam dizer que a Alfa Romeo é uma marca de carros emocional, e não racional (quando estão a ser simpáticas), e eu até concordo em parte com elas, mas no caso do Giulia GT ou GTV, apesar da experiência trans-sensorial que é inerente a conduzir um Alfa, é uma das escolhas mais sensatas e razoáveis para quem compra um clássico. É fiável, rápido, muito simples e eficaz, podia-se mesmo dizer que era um carro moderno até há pouco tempo, antes de se conduzirem computadores glorificados.

Gonçalo Sampaio, no Vicio dos Carros

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