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Crónicas de um Viciado

  • Foto do escritor: Helder Teixeira
    Helder Teixeira
  • 8 de abr. de 2015
  • 3 min de leitura

Esta semana fui confrontado com uma escolha complicada, por um lado tenho a parafernália do Velocidade Furiosa 7, por outro tenho o falecimento de James Best, o mítico Xerife Rosco P. Coltrane d'Os Três Dukes. Por esse motivo hoje não farei a habitual crónica sobre um carro, mas sobre um ídolo pessoal, Paul Walker. Amanhã será o dia de recordar o Charger laranja que tanto arreliava o Xerife Rosco.

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Já falei no Vício sobre os seus Skylines nos filmes Velocidade Furiosa, mas sinto que devo falar um pouco sobre o homem que o popularizou, sobre o homem que representou uma cultura inteira através do personagem que encarnou, Brian O'Conner.

Só por esse facto, Paul Walker já teria legitimidade para ser recordado para sempre entre os fãs de carros pelo mundo fora, mas o seu interesse pela velocidade não desaparecia quando as câmaras se desligavam, muito pelo contrário. Paul era um verdadeiro viciado em carros, a sua garagem era repleta de algumas das melhores máquinas de condução inventadas, entre as quais um BMW Alpina 2002 tii Touring do qual ele se orgulhava particularmente e um Mustang GT500E de 1967. Sim, o Brian O'Conner tinha uma Eleanor, imaginem ver essa combinação ao vosso lado num semáforo.

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Mas não só de bom gosto em carros era feito Paul Walker, frequentemente podiamos vê-lo atrás do volante em provas de competição, com o seu amigo Roger Rodas, que também era piloto. O próprio realizador de um dos filmes da saga que o tornou famoso admitiu que era complicado explicar a Paul o porquê de ele não poder fazer todas as suas cenas de condução, tendo em conta as suas aptidões. Era portanto um condutor nato, daquelas pessoas raras em hollywood, um seguidor dos passos de Steve McQueen e Paul Newman, mas admitiu em entrevistas que estava a tentar ter mais cuidado para poder cuidar da filha.

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As suas participações em filmes estavam de facto frequentemente associadas a personagens com carros fora do normal, como foi o caso de Não Brinques Com Estranhos, Medo de Morte, Takers, Veículo 19, Bairro 13 e, claro, os filmes da saga Velocidade Furiosa.

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A 30 de Novembro de 2013, quando Paul regressava de um evento da sua caridade, a Reach Out World Wide, que ajudava vítimas de catástrofes naturais, aconteceu aquilo que ninguém consegue ainda aceitar muito bem, um acidente com o seu Porsche Carrera GT, no qual Roger Rodas ia ao volante, ceifou as vidas de ambos, apanhando o mundo desprevenido e deixando um sentimento de pura tristeza em milhões de pessoas.

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Paul Walker era o tipo de pessoa que, apesar de ser uma superestrela de hollywood, se comportava como um ser humano, um bom ser humano por sinal, daquelas pessoas que é quase impossível não gostar, e isso teve um impacto muito grande na indústria cinematográfica, automobilística e nos fãs, que viam nele um exemplo, um herói, como eu via. Na altura da sua morte as redes sociais transformaram-se num enorme mural de despedida e homenagem, o que é "normal", quando uma celebridade morre, mas que no seu caso teve uma magnitude muito superior, e que incrivelmente continuou até hoje, mais de um ano depois do trágico evento. Naturalmente, o facto de terem saído três filmes póstumos que protagonizou ajudou a manter o seu espírito vivo, assim como o sentimento de que a sua partida ainda é muito recente.

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Não querendo estragar surpresas a quem não viu ainda o seu último filme, Velocidade Furiosa 7, a homenagem que lhe prepararam foi absolutamente sublime, é um adeus sentido de quem trabalhou com ele e ganhou a sua amizade, mas nunca será um último adeus, porque vai sempre haver alguém, algures, que nos vai relembrar da sua obra e da sua personalidade. Paul vive em todos os nossos carros modificados, em todos os roncares de motor, em todos os burnouts, em todos os drifts, em todas as curvas feitas a fundo e em todas as situações em que alguma roda sai do chão.

Paul Walker tornou-se imortal, no dia em que morreu.

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Gonçalo Sampaio, no Vício dos Carros


 
 
 

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