Ícones do Nosso Tempo - Puma GTB
- Helder Teixeira
- 30 de mar. de 2015
- 3 min de leitura
Nesta segunda feira, dia complicado de regresso de fim de semana para uma semana de trabalho, vou falar-vos nos ícones do nosso tempo de um carro vindo de uma marca das terras de Vera Cruz, conhecida como a pequena atrevida, tal era a sua influência no mercado automovel da altura no Brasil.
Uma marca que teve no seu inicio um vínculo umbilical com a competição, o que lhe valeu desde muito cedo uma reputação de respeito, falo da Puma, e do seu canto do cisne: o GTB.

A PUMA foi a marca brasileira a produzir o maior número de automóveis desportivos, os modelos mais conhecidos são: Puma GT, Puma GTE (este é o modelo que foi produzido em maior quantidade) e Puma GTB. Utilizou em seus automóveis mecânicas Volkswagen (4 cilindros), General Motors (6 cilindros) e DKW (3 cilindros).

O Puma teve origem para as pistas. O projetista “Rino” Malzoni desenvolveu um protótipo em metal, que, em 1964 foi vitorioso em 5 eventos, a sua estreia foi em Interlagos no Grande Prêmio das Américas. O nome Malzoni foi posteriormente adotado para designar este eterno desportivo com mecânica DKW de 3 cilindros e 2 tempos. O conceito era projetar e fabricar carroceria em Fibra de vidro, montar esta carroceria sobre plataforma de veículo de um carro de passeio, com motor e suspensão modificados para melhor desempenho e agregar um acabamento compatível com um carro desportivo. Este conceito, além de manter o automóvel em produção durante trinta anos, viabilizou a criação de um fabricante brasileiro de automóveis e camiões.
No entanto neste post quero mostrar não o modelo mais vendido, mas sim aquele que em mim mais me faz querer marcar uma viagem ao Brasil e ir buscar uma maquina destas, o GTB, ou Grand Turismo Brasil.




No final de 1971 a "Pequena Atrevida" como era conhecida a PUMA, mais uma vez agitou o mercado Brasileiro de Automóveis, quando começou a testar um novo protótipo desenhado por Rino Malzoni. Batizado inicialmente de P8, este "novo" protótipo era conhecido na época como PUMA GTO. Na fase de testes o novo carro rodou mais de 50.000 Km e com um motor CHEVROLET 6 cilindros em linha de 3.800ccT3, estava a ser aguardado ansiosamente pelos fãs da velocidade. O novo modelo chamou muito a atenção do público que aprovou as linhas do novo desportivo tipicamente inspiradas nos desportivos americanos.
Só nesta apresentação a PUMA recebeu cerca de 300 encomendas para o novo modelo que só entrou em fabricação regular apenas em 1974 já batizado de PUMA GTB. A sua produção inicial foi de 10 unidades por mês.


O PUMA GTB era um carro desportivo bonito e imponente, que tinha fila de espera para compra, o governo militar da altura estrangulava cada vez mais a entrada de desportivos estrangeiros não deixando outra opção senão comprar os Pumas, para quem queria um déspota capaz de aniquilar bastantes na estrada.


O desempenho do PUMA GTB não era muito superior aos do Opala, Dodge Dart e Charger da época, e estes eram mais baratos, aliás, o PUMA GTB só custava menos que o Ford Landau, carro brasileiro mais caro e luxuoso da época.

A velocidade máxima do PUMA GTB era de 170 km/h e fazia de 0 a 100 km/h em 12,5 segundos. As únicas mudanças sofridas até 1978 seriam na grelha, conjunto óptico traseiro, a localização da placa de matrícula traseira, emblemas e no motor, que passaria ao 250-S, com tuches mecânicas em vez de hidráulicas e potência de 171cv, suficientes para 190 km/h. Nada de deitar fora vindo do final da década 70.


Existiram posteriormente outras séries do GTB, no entanto esta, pela suas linha musculadas, marca o seu tempo a letras douradas no grande almanaque dos carros que são do meu agrado. É sem sombra de dúvida o carro com mais testosterona da Puma e o meu favorito do catálogo desta marca com muito samba no pé.




Hélder Teixeira, no Vício dos Carros
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