Star Cars
- Helder Teixeira
- 14 de mar. de 2015
- 3 min de leitura
No espírito da temática semanal da BMW, escolher um carro para o Star Cars foi uma decisão delicada, porque há simplesmente muitos BMW's por onde escolher.
No entanto, há um modelo que Hollywood acarinhou desde cedo, e que realmente foi estrela em muitos filmes.
O Série 7 dos anos 90, E38, uma das berlinas mais elegantes de sempre, neste caso com licença para matar.
Vamos falar um pouco do 750iL de James Bond em 007 - O Amanhã Nunca Morre.

Antes de mais, este carro não era um 750 (V12), mas sim um 740 (V8), porque aparentemente, o 740i era muito mais "desportivinho" de se conduzir do que a besta de 12 cilindros. Isto não impediu que no filme Transporter - Correio de Risco fosse usado um 750i com caixa manual, o único do mundo que se conheça. Mas divago.


Este carro ocupa um lugar especial no meu coração entre os outros Bond-cars, porque, para além de ser realmente muito bonito, o facto de ser um sedan adequa-se melhor à ideia que eu tenho daquilo que um agente dos serviços secretos conduziria. Blasfémia, eu sei, e todo eu sou a favor de que James Bond deve conduzir um Aston Martin (apesar de nos livros o seu primeiro carro ter sido um Bentley), mas se as pessoas aceitam um Daniel Craig loiro, também não deveriam ter problemas em aceitar uma berlina alemã como carro de serviço. Além disso, nestes filmes da época BMW, o DB5 é revelado como sendo o veículo pessoal de Bond, portanto está presente.
Alguns dos engenhos do 750iL de 007 são realmente muito interessantes e úteis, como o facto de ser à prova de bala, de dar choques a quem o tenta abrir (logo que nenhuma criança lhe toque, não deverá haver problema), de deitar gás lacrimogéneo, de espalhar espigões para rebentar os pneus do Ford Scorpio ou Mercedes Classe S que o vai a perseguir, de ter mísseis no tejadilho em vez de um tecto de abrir (essa gostava particularmente de instalar no meu carro), de encher os pneus quando se rebentam nos próprios espigões que se espalhou antes (ops), e até de ser conduzido a partir de um telemóvel Ericsson dos anos 90 que, para todos os efeitos, foi o primeiro smartphone da história. Pelo menos do cinema.







Contudo, este carro também recebeu o mais idiótico dos engenhos. Um dispositivo que sai debaixo do símbolo da BMW no capôt para cortar cabos de aço que sejam colocados particularmente à altura das suas lâminas. Porque todos sabemos o quão frequente é irmos na nossa vida de matar ex-agentes do KGB e super-vilões quando de repente surge aquele cabo maroto que nos corta o tejadilho do carro e a cabeça. O que vale é que temos tempo de ir ao telemóvel, seleccionar a opção da serrinha e rezar para que ele esteja à altura certa daquelas lâminas minúsculas. Foi forçada essa, muito forçada, e o filme não perdia nada se tivesse ficado de fora.



De resto lá está, o carro é um espanto, tanto o de 007 como o E38 no geral, e é verdadeiramente digno do título "Star Car", porque para além deste filme, teve direito ao papel principal em várias perseguições, como em O Jogo, o já referido Transporter, 12 Desafios, Shoot 'Em Up, Bad Santa, entre muitos outros, para além de ter sido o carro principal das personagens de imensos filmes e séries de TV.
O E38 foi a cara bonita de um segmento da BMW que nem sempre acerta no design, portanto foi apenas natural que a ligação ao cinema nascesse. Resta agora esperar para ver o que o futuro tem para ele, agora que já é um carro com 21 anos.





Quanto ao de James Bond, está entregue.


(A magia do cinema)

Gonçalo Sampaio, no Vício dos Carros
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