Ícones do nosso tempo- Tatra T603
- Helder Teixeira
- 16 de fev. de 2015
- 3 min de leitura
Nos ícones desta semana decidi falar-vos de um carro que para muitos de vocês sera um perfeito desconhecido. No entanto este carros era um símbolo de poder, um carro de elites usado apenas pelos mais abastados e pelas patentes mais altas da esfera política. Se pelo titulo ainda não descobriram hoje vou falar-vos do Tatra 603 um dos mais luxuosos carros usados do outro lado da cortina de ferro.

Este carro chegou ao meu conhecimento depois de estar a fazer uma busca por streamliners, ora na minha ideia iriam aparecer muitos americanos da época áurea de detroit, e alguns europeus da Citroen ou saab. No entanto através dessa busca surgiu uma coisa mito estranha com 3 faróis frontais, mas que no entanto me parecia muito bem. Parece uma nave espacial, mas com muito bom aspeto ao contrario do que seria expectável, quase como um carro inspirado nos cartoons dos jetsons, mas com muita,muita pinta.

Este Tatra de que vos falo existe devido há teimosia dos checos, ou seja, no inicio dos anos 50 Checoslováquia fazia parte da União Soviética, como tal devia acatar algumas ordens e regras ditadas pelos organismos centrais. No inicio dos anos 50 quando a Tatra se preparava para substituir o seu carro de luxo o T600, foi ordenado que a Tatra produzi-se apenas camiões e maquinaria pesada, todos os automóveis seriam importados de outros países da URSS.
Conhecedores do mercado e da qualidade dos carros da Tatra os engenheiros checos acharam e bem que os representantes checos cedo se iriam fartar e em segredo continuaram a desenvolver o T603 sob o nome de código Valuta.
Em 53 chega a ordem para a Tatra desenhar um novo modelo de produção e em 55 os primeiros T603 sairiam da linha de montagem.
O modelo T603 foi vendido apenas para os membros superiores das instituições políticas e industriais. Cerca de um terço da produção T603 foi exportado para a maioria dos países da Europa Central e Oriental aliados da Checoslováquia, na época,

bem como Cuba e China. As vendas para os particulares não eram normalmente possível. Durante vinte anos de produção do carro, 20.422 carros foram construídos, principalmente através de artesãos, com as mãos.
O primeiro modelo de 603 caracterizou-se por três faróis, o central estava ligado à direção, fazendo o possível direcionar esta lampada com direção (recurso já usado em T77a em 1934), no interior destaque para o espaço suficiente para acomodar seis ocupantes, e o total ambiente de luxo com comodidades que alguns paises da europa apenas usavam em modelos especiais. Atrás dos assentos traseiros havia um firewall, um segundo compartimento de bagagem e outro firewall, um layout já utilizada no T77 para reduzir a presença do motor (nível de ruído, odor, calor etc.) para o mínimo. A traseira foi caracterizada por uma grande janela de duas peças tornando-se o primeiro Tatra de motor traseiro com boa visibilidade traseira.O interior dispunha também de aquecimento independente frente e trás, isto no final dos anos 50.

Outra característica engraçada deste carro é o facto de ter como motor um v8 refrigerado ar, sim leram bem AR, tal como no carocha e outros Vw, mas com uns quantos cilindros a mais e configuração em V. Outra característica que partilhavam coma VW era o facto de ser um tudo atrás ou seja o motor e tracção eram na traseira.
O motor V8 de 2500 de cilindrada pesava apenas 160 kg, permitindo que o carro tivesse uma distribuição de peso excelente, 47/53 entre frente e traseira quando totalmente carregado. O motor já fora usado e a sua extrema confiabilidade foi confirmada pelo uso prévio em carros de corrida Tatra ou no camião militar T805.

A potencia inicialmente era de 94cv e 158 N.m@3000 rpm, na mau para os anos 50, no entanto esta potencia foi aumentando ao longo dos anos.
O sistema de refrigeração de ar foi projetado para arrefecer as partes mais quentes do motor de forma mais eficaz. A caixa de velocidades sincronizada tinha quatro velocidades. A alavanca de velocidades foi colocado sob o volante, a fim de abrir espaço para o ocupante do meio dos bancos da frente. A suspensão era por eixos oscilantes na suspensão traseira e MacPherson na frente. As molas helicoidais foram utilizados com amortecedores hidráulicos telescópicos.
Inicialmente um sistema de travões hidráulicos de duplo circuito foi utilizado, tendo inicialmente usado tambores em todas as rodas, sendo depois substituído por disco em 1968.

Esta configuração foi mantida ao longo de vários anos, nos modelos T613, desenhados pelos Italianos da Vignale, e no canto do cisne o T700, onde o mais potente era um v8 4.4 refrigerado a ar.
Espero que tenham gostado de conhecer este icone vindo do outro lado da cortina de ferro, onde também se produziam V8´s entre outros carros da pinta.
Helder Teixeira, no Vicio dos Carros






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