Ícones do nosso tempo - Toyota 2000 GT

Nos ícones de hoje , tal como anunciado anteriormente, vamos falar de um japonês.

Um modelo das terras do sol nascente que marcou o seu tempo pela pinta e pela sexyness que emana das suas linhas. Falo-vos de um modelo que já foi utilizado na serie de filmes mais icónica das ultimas décadas, e não estou a falar do fast and furious. E um modelo construido em parceria com uma marca de motorizadas e no entanto resultou num dos mais brilhantes carros made in japan, falo-vos do Toyota 2000 GT.

O Toyota 2000GT é um carro de produção limitada, com motor dianteiro, tração traseira, de dois lugares, projetado pela Toyota em colaboração com a Yamaha. Exibido ao público no Tokyo Motor Show em 1965, o 2000GT foi fabricado sob contrato pela Yamaha, entre 1967 e 1970.

O 2000GT revolucionou a visão que o mundo automóvel tinha do Japão, até então era visto como um produtor de veículos práticos. Como elegante, fastback de alto desempenho, demonstrou que as marcas japonesas poderiam produzir um carro desportivo para rivalizar com as melhores marcas da Europa. Hoje, o 2000GT é visto como o primeiro carro japones desportivo e como o primeiro supercarro das terras do sol nascente.

O projeto 2000GT é amplamente considerado um clássico entre os Gran Turismos. A carroçaria foi executada em alumínio e contou com faróis escamutiaveis acima dos grandes faróis de plexiglas de condução que ladeiam a grelha semelhantes aos dos Toyota 800 sport.

O carro era extremamente baixo, apenas 116 cm ao ponto mais alto do tejadilho. Apesar de uma versão open-top construída sob encomenda para o filme de James Bond You Only Live Twice, nunca foi produzido de fábrica uma versão cabrio.

O interior oferecido era confortável e com acabamentos de luxo, como um painel de jacarandá-folheado. A revista Road & Track ficou impressionada, considerando o interior adequado para um "GT de luxo" e proclamou o 2000GT um carro impressionante para se sentar ou andar, ou simplesmente admirar.

Mas chega de falar sobre as orgasmicas linhas deste modelo, vamos falar do pulmão que o impulsionava, sitio onde a Yamaha mais deixou a sua marca. O motor era um 6 cilindros em linha com 2000 cc montado longitudinalmente baseado no motor do Toyota Crown. Foi transformado pela Yamaha com uma nova cabeça DOHC produzindo 150 CV, isto num carro de 1965, sim não leram mal é mesmo 150 CV num carro de 65.

A Carburação era feita através de três unidades com corpos duplos da Solex, neste caso o 40 PHH. Equipado com uma transmissão de cinco velocidades manual, o carro de tração traseira estava disponível com três unidades de relação de transmissão final diferentes. Tinha também um diferencial de deslizamento limitado e travões de disco nas quatro rodas, uma estreia para um carro japonês com oferta padrão.

A Toyota entrou com o 2000GT na competição em casa, chegando em terceiro lugar no Grande Prémio do Japão de 1966, vencendo as 24 Horas de Fuji em 1967.

Além disso, o carro bateu vários recordes do Mundo FIA de velocidade e resistência num teste de 72 horas, infelizmente, o carro foi destruído num acidente e acabou por ser destruído. Estes resultados levaram a que a Porsche prepara-se um 911R especialmente para bater este recorde.

Ora recapitulemos um carro estreante nas andanças da competição obrigou a Porsche a desenvolver um modelo especial para fazer melhor do que ele, nada mau na minha opinião.

Mas não ficamos por aqui, um dos criadores de sonhos que já aborda-mos por cá também não resistiu ao encantos do 2000 GT. Carroll Shelby também entrou com um par de 2000 GT's para competir nas corridas de 1968 SCCA de carros de produção nos EUA.

Apesar de ter um bom desempenho, foi a única temporada em que o carro competiu nos EUA. A Toyota levou de volta um dos carros, que ainda reside no Japão. Os dois restantes carros Shelby permanecem nos Estados Unidos.

E esta é a historia do avo dos supras e restantes carros desportivos japoneses, este modelo para mim e a génese dos desportivos nipónicos, um modelo de linhas fluidas, com um assombroso motor que fez palpitar o coração dos entusiastas por todo o mundo. Um modelo que vergou a concorrência bem como a imprensa especializada e que para alem de tudo isto ainda teve como companhia no grande ecrã uma Bond girl.

Ora se isto não faz deste modelo um ícone, eu não sei o que são ícones....

Helder Teixeira, no Vicio dos Carros

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